Por Marcos Malfatti*
É rotina para os executivos repensar como estará a sua empresa nos próximos cinco ou 10 anos. Antigamente, a visão de futuro estabelecida para uma empresa durava anos ou décadas. Hoje, entretanto, o fluxo intenso de informação acelerou o passo das transformações, o que foi impulsionado, ainda mais, pela pandemia e fez do futuro algo mais imprevisível.
Aliás, já existem antropólogos e historiadores trabalhando a ideia de que o surto do novo coronavírus foi crucial para que o planeta entrasse de verdade no Século XXI. Principalmente, no que diz respeito à tecnologia e ao que chamamos de 4ª Revolução Industrial, com a digitalização, ainda que forçada, de muitas companhias.
Com esse cenário em mente, pensar à frente e estar pronto para antecipar planos futuros tornou-se essencial. Assim, a empresa de consultoria Gartner realizou um estudo que apontou 12 tendências tecnológicas de 2022, que podem fazer a diferença no sucesso das organizações nos próximos anos.
Ao analisar todas as 12 tendências tecnológicas apontadas pela Gartner, com foco no que mais procuram os nossos clientes e na minha área de atuação, destaco sete delas e as explico com mais detalhes.
As 7 tendências tecnológicas que considero mais relevantes:
1. Plataformas nativas da nuvem: A pandemia obrigou muitas corporações a digitalizarem suas operações. Assim, inúmeros processos foram adaptados para funcionar na nuvem. A tendência é que se use, cada vez mais, plataformas nativas desse ambiente, com soluções pensadas para a construção de novas arquiteturas de aplicativos mais ágeis, prontos para antecipar mudanças.
2. Engenharia de IA: Inteligências artificiais saíram do campo da ficção científica há muito tempo. Talvez, ainda não estejam tão completas como o vemos na nave Enterprise, de Jornada nas Estrelas, mas estão chegando lá. Hoje, já é possível programar bots para automatizar diversos processos, incluindo analisar quantidades absurdas de dados em tempo recorde para auxiliar os humanos em suas tomadas de decisões.
3. Empresas distribuídas: O conceito, que reflete os preceitos da 4ª Revolução Industrial, é ideal para modelos de trabalho que colocam o digital em primeiro plano, ou seja: digitalizam as experiências de funcionários, gestão, parceiros e clientes, para gerar e analisar dados que melhorem seus processos. As chamadas empresas distribuídas são as que melhor se adaptam a modais de trabalho totalmente virtuais ou híbridos, que também são tendência para os próximos anos.
4. Malha de dados (data fabric): O termo é o cerne da 4ª Revolução Industrial. Ao adotar uma malha eficaz, as organizações podem multiplicar suas operações, uma vez que os dados estão acessíveis de todos os pontos estratégicos, sem importar o local no qual eles estão armazenados. Desenvolver a malha de dados também significa uma inteligência maior ao analisá-los para recomendar em quais situações eles podem ser utilizados ou devem ser alterados, algo que, segundo a Gartner, pode diminuir o esforço da gestão de dados em até 70%. E isso tudo nos leva para a próxima tendência.
5. Malha de segurança cibernética: Consolidar uma malha de dados significa também reforçar a rede de segurança cibernética, utilizando soluções independentes de forma integrada para que possam, de forma rápida, verificar e validar (ou negar) tentativas de acesso aos dados em nuvem, principalmente, e fora dela também. Vale lembrar sempre que a segurança dos dados não é mais só uma questão de estratégia de negócios. Com a LGPD em vigor, o zelo por essas informações significa evitar problemas pelos quais a empresa pode ter que responder criminalmente. E isso também chama a atenção para a tendência a seguir.
6. Computação que aprimora a privacidade: Com a LGPD em vigor e amplamente divulgada pelos meios de comunicação, as pessoas estão cada vez mais conscientes sobre a importância da confidencialidade dos dados. Hoje, a razão pela qual as empresas armazenam e utilizam dados é amplamente discutida pela sociedade como um todo. Com isso, é preciso oferecer uma estrutura na qual os usuários se sintam seguros e tenham a confiança necessária para compartilhar informações.
7. Aplicativos combináveis: A tendência, muito conhecida na indústria automotiva, na qual um mesmo chassi pode servir de base para fabricar vários modelos, também vale aqui. Aplicativos combináveis (composable apps) são os que empregam códigos “modulares”, que podem ser usados e reutilizados para compor diversas soluções, desenvolvidas com base no negócio da empresa. Esse tipo de estrutura ainda diminui o tempo que as aplicações levam para chegar ao mercado, adiantando o retorno do investimento.
As tendências tecnológicas citadas acima deverão ganhar força no futuro próximo, principalmente daqui até 5 anos. Mas, para quem está sempre de olho no melhor para o seu negócio, o futuro é hoje. Então, não espere a necessidade bater para investir na estrutura que você já sabe que a sua empresa vai precisar.
* Marcos Malfatti é presidente da Lumen, Brasil. Com mais de 30 anos de experiência no setor de TI e Telecom, em companhias como IBM, Banestado e Copel, Malfatti ocupou posições gerenciais na Impsat, Global Crossing, CenturyLink e Level 3, que formam hoje a Lumen. Tem formação em Ciência da Computação, pela PUC-PR, MBA em Administração e Marketing, pela Faculdade Católica de Administração, e um MBA do Instituto Superior de Empresas.
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