O advogado Walter Polido, membro da Câmara de Mediação e Arbitragem Especializada (Cames Brasil), diz que os litígios na esfera judicial são culturais. “Os escritórios de advocacia se prendem nisso e os advogados não tem esse viés conciliador, por isso a maioria deles é contrária à mediação”, diz, fazendo coro com Penteado e Silar Jr, acrescentando “que advogados já vêm viciados no confronto pelas faculdades de Direito”.
DESCONFIANÇA – Polido acredita que o modelo mediação/conciliação ainda não decolou porque a sociedade o vê com desconfiança. “Se no meio jurídico essa desconfiança existe, imagine fora”, compara.
O advogado explica que nos contratos de resseguro – que é a operação pela qual o segurador transfere a outro parte de um risco assumido pela emissão de uma apólice ou um conjunto delas – a cláusula da arbitragem para resolução de conflitos é convencionada internacionalmente. No entanto, nos contratos de seguros, qualquer menção à utilização de mediação ou conciliação é praticamente inexistente.
“O caminho a percorrer é longo. Será preciso catequizar os advogados para esta forma pacífica de resolver conflitos, pois desde a faculdade são instruídos a briga, litigar”.
Apenas em São Paulo, existem mais de 24 milhões de processos ativos na Justiça.
Fonte: Conselho Nacional de Justiça.
*Matéria retirada da revista Seguro é Seguro, novembro/2020, página 15.
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