CEOs de seguradoras e o risco de ignorar a Inteligência Artificial, na visão do BCG

O artigo “Ignoring AI Is Risky Business for Insurance CEOs” (Ignorar a IA é um negócio arriscado para CEOs de seguros), publicado pelo Boston Consulting Group (BCG), em maio de 2022, aborda o risco a que os CEOs de seguradoras se expõem caso ignorem a utilização da Inteligência Artificial (IA) na transformação dos negócios de seguros.

Segundo abordado no artigo, as seguradoras podem otimizar vendas e seus processos de distribuição, precificação e sinistros se analisarem e incorporarem insights a partir dos dados que já fazem parte dos seus principais processos. Mas, para que a indústria de seguros se transforme, a IA necessita de mais dados, algo que poucas seguradoras, de fato, têm. A hora de preparar as seguradoras para a IA é agora.

A seguir, um resumo dos principais pontos abordados no artigo:

Natureza mutável dos dados

As seguradoras têm pouca interação com seus clientes e, portando, têm dados limitados para utilizar como base de suas decisões. Elas utilizam, predominantemente, dados históricos e estáticos que vêm de bancos de dados de sinistros e questionários de subscrição.

As companhias precisam mudar e podem fazer isso tanto obtendo dados através de parcerias com empresas que atuam junto aos clientes, quanto desenvolvendo maneiras de aumentar suas próprias interações com os clientes.

Transformação a partir do CEO

De acordo com o artigo, as transformações com o uso de IA mais bem sucedidas são aquelas lideradas pelos CEOs, apresentando uma probabilidade de sucesso que é o dobro daquelas em que a liderança fica a cargo de outros executivos.

Segundo pesquisa do BCG, 20% das seguradoras que investiram em IA relataram impacto financeiro significativo em suas margens EBIT (margem antes dos juros e impostos). Para integrar a IA de forma mais rápida em suas operações, as seguradoras podem usar uma combinação de talentos internos com recursos externos.

Relutância da indústria de seguros na adoção da IA

O artigo sugere que muitos executivos estão preocupados com o impacto que a transformação pela IA terá em suas forças de trabalho, com robôs substituindo os seres humanos.

Segundo pesquisas recentes do BCG, possivelmente cargos de gestão de apólices poderão ser reduzidos em até 70%, enquanto os relacionados com sinistros poderão encolher em até 40%. Por outro lado, os postos nas áreas de tecnologia poderão crescer até 50%.

Outro ponto destacado é com relação ao foco equivocado da aplicação da IA por algumas companhias, que têm direcionado seus esforços para processos com escopo muito limitado e de pouca relevância, quando deveriam ter direcionado seus esforços para lidar com problemas relacionados a altos valores. Como consequência, não vendo retorno relevante para seus investimentos, essas companhias relutam em continuar investindo seus recursos financeiros e humanos nas soluções de IA.

Segundo o artigo, muitas seguradoras não têm modelos operacionais ou mentalidade para adoção da IA com sucesso, sendo bastante cautelosas e resistentes à aceitação de riscos técnicos, operacionais e de negócios. Elas acreditam, equivocadamente, que a IA pode ser algo passageiro, e que poderão retornar, em breve, às formas tradicionais de uso de dados históricos para prever tendências e definir preços.

A transformação da IA é sobre pessoas, não sobre tecnologia

As seguradoras poderão melhorar suas chances de sucesso caso os seus CEOs e executivos no nível C apoiem a construção de uma forte governança que garanta dados íntegros e com qualidade para todos as utilizações.

A transformação dos processos de tomada de decisão, passando do uso de dados históricos e  intuição para processos que utilizem dados em tempo real e modelagem de IA, poderá trazer muitos benefícios para as seguradoras.

A utilização da IA na transformação das seguradoras apresenta uma oportunidade única para a gerência sênior instituir novas formas de trabalho, criando equipes multifuncionais que aproveitem dados e análise, utilizando abordagem ágil de teste e aprendizado em rápida evolução.

Indicadores de sucesso na adoção da IA

Segundo relatado no artigo, seguradoras que investem de forma relevante em IA estão tendo benefícios claros – como aumento em novos negócios em torno de 20% a 25%, com redução de índices de perda em 2 a 3 pontos percentuais, em razão da melhoria da subscrição e da excelência em sinistros.

Na visão dos autores, o sucesso das empresas ocorre quando elas combinam novas tecnologias com capacidades humanas – para transformar operações, melhorar as experiências e relacionamentos com os clientes e desenvolver novas ofertas e negócios.

O Boston Consulting Group (BCG) é uma empresa de consultoria global criada em 1963, com sede na cidade de Boston, nos Estados Unidos.

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