
O setor de seguros enfrenta um cenário dinâmico e desafiador, influenciado por fatores tecnológicos, políticos, ambientais e econômicos. O estudo Global Forecast 2025, da consultoria jurídica Kennedys Law LLP, analisou os principais riscos globais e seus impactos no mercado segurador. A pesquisa reuniu insights de mais de 170 especialistas de 17 países, abrangendo América do Norte, América Latina, Europa, Oriente Médio e Ásia-Pacífico.
Foram identificados dez riscos principais, classificados de acordo com sua gravidade, prazo de impacto e evolução em relação ao ano anterior. Para manter resiliência e competitividade, as seguradoras precisam compreender essas ameaças e ajustar suas estratégias de forma proativa.
Principais Tendências e Riscos para 2025
O ano de 2024 foi marcado pelo maior ciclo eleitoral da história moderna, com mais de 70 países realizando eleições nacionais ou regionais. Governos eleitos nos Estados Unidos, Reino Unido, Índia, México e União Europeia adotaram novas abordagens para a estabilidade econômica, regulação da inteligência artificial e políticas ambientais. Essas mudanças geraram impactos diretos nos mercados financeiro e segurador.
Além disso, eventos climáticos extremos resultaram em prejuízos significativos, enquanto a digitalização acelerada redefiniu o cenário econômico. Um exemplo crítico foi o incidente com a CrowdStrike, em julho de 2024. Uma falha em uma atualização de software da empresa de cibersegurança paralisou sistemas Windows globalmente, causando perdas estimadas em mais de US$ 5 bilhões. Esse episódio expôs vulnerabilidades tecnológicas e reforçou a necessidade de fortalecer a gestão de riscos cibernéticos, além de expandir coberturas para esse tipo de sinistro.
Adoção da Inteligência Artificial e Seus Impactos
A inteligência artificial (IA) foi apontada como o principal fator de impacto no cenário de riscos globais. Seu avanço tem transformado a análise de riscos, a precificação de apólices e a interação com clientes. No entanto, a regulação da IA ainda é incipiente e varia entre jurisdições, exigindo um acompanhamento contínuo por parte do setor segurador para evitar lacunas regulatórias e riscos inesperados.
Além disso, a IA tem sido usada tanto para fortalecer a segurança digital quanto para aprimorar ataques cibernéticos. Os ciberataques foram considerados o segundo maior fator de risco global, frequentemente associados a tensões geopolíticas. Para mitigar esses desafios, as seguradoras devem adotar políticas mais rigorosas de proteção de dados e investir em estratégias robustas de segurança cibernética.
Risco Geopolítico e Impactos no Setor
A instabilidade geopolítica é uma das maiores preocupações para o setor segurador, especialmente na Ásia-Pacífico, América Latina e Reino Unido. Mudanças políticas e econômicas podem gerar volatilidade nos mercados, aumentar as taxas de falência e dificultar o comércio internacional.
O relatório Global Forecast 2025 destaca o papel das redes sociais na amplificação de crises políticas, aumentando a incerteza no ambiente empresarial. Além disso, mudanças regulatórias e o aumento dos custos operacionais podem impactar a confiança do mercado, resultando em inflação de sinistros e maior pressão sobre as seguradoras.
O Futuro da Justiça e o Crescimento das Ações ESG
O estudo aponta a necessidade de reformas na justiça global para lidar com o crescimento das disputas relacionadas a questões ESG (ambientais, sociais e de governança). Processos envolvendo privacidade de dados, cibersegurança e responsabilidade corporativa têm impulsionado novas regulamentações e incentivado o uso de tecnologia para a resolução de conflitos.
O aumento das disputas ESG reflete uma crescente desconfiança em relação às corporações e o avanço dos mecanismos regulatórios internacionais. No entanto, a velocidade dessas reformas varia entre regiões, criando desafios adicionais para seguradoras e empresas que operam globalmente.
Crise Climática e Colaboração no Setor Segurador
A crise climática continua sendo um dos principais desafios para o setor. Eventos extremos, como furacões, incêndios florestais e inundações, estão mais frequentes e severos, elevando o risco de sinistros e pressionando seguradoras a revisar suas coberturas e modelos de precificação.
O relatório destaca a importância da colaboração entre seguradoras, reguladores, empresas e especialistas para desenvolver estratégias eficazes de mitigação de riscos. A troca de conhecimento e o uso de tecnologia são fundamentais para aprimorar a resiliência do setor. Além disso, a presença de agentes disruptivos, como inteligência artificial e novas tecnologias, exige uma abordagem colaborativa para equilibrar riscos e oportunidades.
Perspectivas para o Setor
O setor de seguros atravessa um momento de transformação, impulsionado por riscos emergentes e mudanças globais. Para manter a competitividade, as seguradoras devem equilibrar a gestão de ameaças universais, como IA, ciberataques e instabilidade geopolítica, com desafios regionais, como eventos climáticos extremos, volatilidade econômica e inflação de sinistros.
A adaptação rápida a novas realidades e o investimento em inovação serão essenciais para garantir a sustentabilidade do setor. Como destaca o Global Forecast 2025, compreender as tendências globais e ajustar-se a esse ambiente dinâmico será fundamental para a resiliência e o crescimento do mercado segurador nos próximos anos.
Fonte: com informações da Kennedys Law LLP
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