Susep propõe simplificação do seguro auto

A Superintendência de Seguros Privados (Susep) colocou em consulta pública proposta de circular que flexibiliza e simplifica os seguros de automóveis no Brasil. É possível participar até o dia 4 de junho pelo site da autarquia.

A medida visa facilitar e ampliar o acesso a essa importante modalidade de seguro, responsável por um volume de R$ 35 bilhões em prêmios emitidos em 2020, permitindo maior diversificação de produtos, mais inovação e seguros mais baratos.

Apesar do alto volume de receitas, segundo dados do Denatran e da Susep, apenas 16% da frota de veículos no Brasil tinha cobertura de seguros em 2019. Mesmo considerando a frota com idade de até 10 anos, esse número não supera 33%.

Entre as mudanças propostas está a possibilidade de o seguro ser contratado mesmo sem identificação exata do veículo. Já há esta prática em países desenvolvidos, mas ainda é inexplorada no mercado brasileiro.

Isso facilita, por exemplo, o acesso ao seguro por motoristas de aplicativos e condutores que já adotam o compartilhamento de automóveis, utilizam carros por assinatura ou alugados, ampliando ainda mais as oportunidades de acesso – e de modo mais inclusivo.

Essa proposta está em linha com a crescente tendência de economia compartilhada, com o comportamento migrando da posse para a utilização dos veículos.

Para a superintendente da Susep, Solange Vieira, essa iniciativa é uma ação importante no processo de acesso ao seguro e desenvolvimento do setor. “Temos trabalhado para que o seguro seja uma escolha relevante para que o consumidor, o cidadão, possa se proteger e proteger seu patrimônio”, afirma.

Na avaliação da superintendente, dentro dos avanços promovidos pelo novo marco regulatório que vem sendo implementado pela Susep, a flexibilização no segmento auto é um exemplo de transformação de forte impacto em termos de possibilidades de desenvolvimento de negócios e inovação em um mercado tradicional.

“Esta medida, sem dúvida, propiciará muitas oportunidades para o mercado e, principalmente, para novos consumidores do seguro, como aqueles que não são proprietários do veículo, mas precisam do seguro como instrumento de trabalho – motoristas de aplicativos e locadores, por exemplo. Trata-se de oferecer mais acesso e possibilidade de escolhas, dando mais poder para o consumidor e desenvolvendo o mercado”, afirma.

O diretor da Susep, Rafael Scherre, destaca outras importantes novidades trazidas pela proposta. Ele cita, por exemplo, a livre possibilidade de combinação de coberturas, tanto típicas do segmento automóvel quanto de outras linhas de negócio.

Scherre destaca, ainda, a possibilidade de coberturas parciais de casco e a exclusão de limite para caracterização de indenização integral, permitindo maior diversificação de produtos e preços, atendendo às necessidades e preferências de diferentes consumidores. “Esperamos um crescimento significativo do mercado nos próximos anos, com ampliação de cobertura, inclusão e, principalmente, inovação. A partir de agora, as bases para um ambiente favorável à competição e novos negócios, com menos restrições regulatórias, estão lançadas.”

Mariana Arozo, coordenadora-geral de Seguros Massificados, Pessoas e Previdência da Susep, destaca ainda que o consumidor terá também a possibilidade de contratar coberturas de responsabilidade civil facultativa e acidentes pessoais de passageiros vinculadas ao condutor. “A proposta traz grande flexibilidade em relação às regras atuais. Esperamos novos produtos e mais segurados – sempre com boas práticas de conduta e total transparência por parte das seguradoras. Comparando com os números da OCDE, é um mercado com potencial para dobrar de tamanho.”

Com base nos dados da OCDE (2019), a penetração do mercado de seguros de automóvel no Brasil é de 0,53% do PIB, que representa a metade da média da OCDE (1,06%).

Mercado relevante

Em termos de arrecadação de prêmios, os seguros de automóvel representaram 44,8% do mercado de seguros de danos no Brasil, em 2020. Trata-se da modalidade de seguros mais “popular” no País, que gerou uma receita de R$ 35,34 bilhões no ano passado, frente aos R$ 78,86 movimentados pelo segmento de danos. Veja abaixo o gráfico com a participação do ramo no segmento, de acordo com os dados de 2020 apresentados na Síntese Susep.

Fonte: Susep

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