Subscrição patrimonial em transformação: o que esperar de 2025 segundo o relatório da Catalyst

Dados, tecnologia e eficiência vão moldar o novo perfil do subscritor de riscos patrimoniais.

O mercado de seguros patrimoniais está diante de uma virada decisiva. Após anos de prudência e estratégias reativas, 2025 surge como o ano em que a inovação e a eficiência operacional passam a guiar a subscrição de riscos. Essa é a principal conclusão do relatório “Underwriting Perspectives on a Changing Market”, publicado pela Catalyst, braço de pesquisa da insurtech Send.

Com base em entrevistas com 60 líderes do setor na América do Norte, o estudo traça um panorama claro sobre os desafios e oportunidades da subscrição moderna — lições que também se aplicam claramente ao mercado brasileiro.

A nova era do subscritor de portfolio

Um dos principais pontos do relatório é a consolidação do portfolio underwriter, ou subscritor de portfólio. Esse profissional rompe com a abordagem tradicional centrada em apólices individuais e adota uma visão mais ampla e estratégica da carteira de riscos. Com o suporte de ferramentas analíticas e inteligência artificial, torna-se possível reconhecer padrões, monitorar concentração de riscos e alocar capacidade com mais precisão e agilidade.

Essa mudança de mindset permite decisões mais embasadas, melhora a rentabilidade e fortalece a capacidade de precificar de forma mais competitiva — especialmente relevante em um país como o Brasil, onde a exposição a riscos climáticos e estruturais é crescente.

Tecnologia com propósito (e menos peso operacional)

Para viabilizar essa transformação, o relatório aponta a necessidade urgente de as seguradoras deixarem para trás os sistemas legados e fluxos de trabalho manuais que ainda dominam a operação. O excesso de dependência de planilhas, plataformas isoladas e processos engessados é um dos principais entraves à inovação.

Não basta apenas adotar uma nova ferramenta: é preciso rever processos e fluxos de ponta a ponta. A tecnologia precisa estar integrada ao negócio — com plataformas que aumentem a produtividade e ofereçam dados em tempo real, sem comprometer a experiência do usuário. Esse é o momento de tratar o parceiro tecnológico não como fornecedor, mas como consultor estratégico.

O subscritor do futuro já chegou

Segundo o relatório da Catalyst, o perfil do novo subscritor é híbrido. Ele combina julgamento técnico com domínio analítico, sabendo extrair o melhor da automação, dos dados estruturados e da IA para tomar decisões mais rápidas e precisas.

Essa transformação exige novos investimentos em capacitação e literacia de dados. Subscritores devem entender como os modelos funcionam e como interpretar seus resultados. Ao fazer isso, tornam-se protagonistas em um processo cada vez mais colaborativo, orientado a soluções e com foco em resultado.

Subscrição responsável: equilíbrio entre rentabilidade e confiança

Outro ponto forte do estudo é o chamado responsible underwriting — ou subscrição responsável. Lucro e cuidado com o cliente não são objetivos excludentes. O grande desafio é equilibrar a disciplina técnica com transparência, empatia e colaboração entre todos os atores do ecossistema: seguradora, corretor e segurado.

Esse equilíbrio é especialmente importante em setores complexos como construção, saúde e energia. Nesses casos, o papel do subscritor vai além da avaliação técnica: ele precisa atuar como consultor, tradutor de riscos e arquiteto de soluções viáveis.

Romper com o passado para desbloquear o futuro

Por fim, o relatório reforça que a transformação só será completa quando o setor for capaz de romper com seus sistemas legados. O excesso de ferramentas desatualizadas e processos ultrapassados impede o avanço tecnológico e compromete a entrega de valor.

Mais do que adotar novas tecnologias, o relatório enfatiza que é preciso abraçar uma nova mentalidade: uma cultura aberta à mudança, colaborativa e orientada por dados. Esse é o caminho para um ecossistema mais ágil, conectado e capaz de responder aos desafios de um mercado em constante evolução.

O relatório da Catalyst transmite o senso de urgência: 2025 já começou e não há mais tempo para apenas planejar. As seguradoras que desejam crescer e se destacar precisarão investir em tecnologia útil, capacitação contínua, eficiência operacional e, sobretudo, estratégia.

 

Fonte: com informações do relatório “Underwriting Perspectives on a Changing Market”, da Catalyst.

Veja também
>>> Saiba como a IA pode otimizar o tempo de atendimento ao cliente e garantir o retorno sobre investimento nas organizações
>>> Com crescimento do mercado de seguros, modelo MGA ganha destaque ao oferecer soluções inovadoras e personalizadas
>>> Falta de estatísticas oficiais dificulta avanços na prevenção de incêndios estruturais, avalia especialista

SOBRE NÓS

A empresa Conhecer Seguros foi criada por profissionais experientes nas áreas de educação, seguros e finanças que, ao contarem com carreiras consolidadas, resolveram se unir para compartilhar conhecimento técnico com o mercado de seguros brasileiro.

top

Tel.: (11) 5199-0555 / WhatsApp: (11) 99482-5903 contato@conhecerseguros.com.br