O mercado de seguros brasileiro encerrou o primeiro semestre de 2025 com o menor índice de sinistralidade da série histórica iniciada em 2014. Segundo a 54ª edição do Boletim IRB+Mercado, divulgada pela plataforma IRB+Inteligência, o indicador ficou em 41,9%, resultado influenciado, principalmente, pelas linhas de negócio Patrimonial e Vida, que apresentaram quedas de 13,4 p.p. e 1,7 p.p., respectivamente.
No período, o faturamento total do setor atingiu R$ 107,4 bilhões, crescimento de 8,2% em relação ao mesmo intervalo de 2024. O desempenho positivo foi observado em quase todos os segmentos, com exceção do Rural. O maior avanço foi registrado em Crédito e Garantia, com expansão de 20,6%. O lucro líquido do mercado chegou a R$ 19,4 bilhões, 11,3% acima do resultado do primeiro semestre do ano passado.
Como medida de proteção às suas operações, as seguradoras destinaram R$ 15 bilhões ao resseguro entre janeiro e junho, alta de 12% sobre 2024, com destaque para os ramos Automóvel e Patrimonial. Apenas em junho, os prêmios cedidos somaram R$ 3,2 bilhões.
Entre os principais segmentos, o ramo de Vida arrecadou R$ 38 bilhões no semestre, resultado impulsionado por Vida, Prestamista e Acidentes Pessoais, que juntos representam quase 88% da carteira. Em junho, a arrecadação foi de R$ 6,3 bilhões, 9% superior ao mesmo mês de 2024, com a sinistralidade estável em 27,3%. Já o segmento Automóvel cresceu 5,9% no acumulado de janeiro a junho, alcançando R$ 4,9 bilhões em junho, e manteve a sinistralidade em 59,6%.
O ramo de Corporativos de Danos e Responsabilidades evoluiu 9,2% no semestre, com destaque para os seguros de Riscos Diversos, que aumentaram 23,4%, e para o Habitacional, que cresceu 14,3%. A sinistralidade do segmento recuou 3,7 pontos percentuais, atingindo 45%. Já os seguros Individuais Contra Danos avançaram 12,3% em relação ao mesmo período de 2024, impulsionados pelos produtos Compreensivo Empresarial, que cresceu 16,8%, e Compreensivo Residencial, com alta de 7,6%. Em junho, o faturamento foi de R$ 1,6 bilhão, e a sinistralidade caiu para 28,8%.
O segmento Rural, por sua vez, encerrou o semestre com retração de 1,5%, apesar de registrar em junho um total de prêmios emitidos de R$ 1,1 bilhão. A sinistralidade apresentou melhora, recuando para 36%, queda de 6,9 p.p. em relação a 2024. Já o segmento de Crédito e Garantia teve o maior destaque do semestre, com crescimento de 20,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
O desempenho foi impulsionado principalmente pelo produto Garantia Segurado – Setor Público, que avançou 32,8% nas emissões de prêmio. Nesse caso, no entanto, a sinistralidade aumentou 10,3 p.p., encerrando o semestre em 62,6%.
