
De janeiro a maio de 2025, o setor de seguros (excluindo o ramo de Saúde) desembolsou R$ 110,9 bilhões em indenizações, resgates, benefícios e sorteios a consumidores e empresas, segundo análise da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg). O montante representa um crescimento expressivo de 11,5% em relação ao mesmo período de 2024 e reforça o papel do setor como importante instrumento de proteção financeira, patrimonial e da vida no país.
A marca dos R$ 100 bilhões foi superada com um mês de antecedência em comparação ao ano anterior. Apenas em maio, os pagamentos totalizaram R$ 22,2 bilhões, o maior valor mensal registrado em 2025 até o momento. Apesar disso, o volume foi 2,2% inferior ao de maio de 2024, que havia sido impulsionado pelo início das indenizações das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul.
No que diz respeito à arrecadação, o setor segurador somou R$ 176 bilhões em prêmios, contribuições à previdência aberta e receitas com títulos de capitalização no acumulado do ano – um avanço modesto de 0,8% frente a 2024.
Grande parte do movimento de desaceleração na arrecadação e aceleração nos pagamentos se deve ao desempenho dos planos de Previdência Aberta, que representam cerca de 40% do mercado (excluindo Saúde). De janeiro a maio, esse segmento arrecadou R$ 72,6 bilhões – queda de 8,4% –, enquanto os pagamentos de resgates e benefícios cresceram 19,1%, alcançando R$ 63,5 bilhões. Como consequência, a captação líquida do segmento teve retração de quase R$ 17 bilhões (-64,9%).
De acordo com o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, esse resultado reflete uma postura mais cautelosa dos consumidores diante do cenário econômico global ainda instável, além do anúncio da aplicação de IOF de 5% sobre aportes superiores a R$ 300 mil realizados em uma mesma entidade ainda este ano.
Segmento de seguros de pessoas também mostra dinamismo
Um relatório da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), com base em dados da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), aponta que os seguros de pessoas também vêm apresentando desempenho expressivo. No primeiro quadrimestre de 2025, foram pagos R$ 5,6 bilhões em benefícios (sinistros) às pessoas seguradas, o que representa um crescimento de 10,1% em relação ao mesmo período de 2024.
Do total de sinistros pagos, 51% se referem a seguros de Vida (nas modalidades individual e coletiva), 23% ao seguro Prestamista e 11% ao de Acidentes Pessoais. Entre os produtos com maior variação positiva, destacam-se o seguro Funeral, com crescimento de 55%, seguido pelo seguro Educacional, que avançou 37,3%, e o Prestamista, com alta de 27,1%.
Na arrecadação, os prêmios dos seguros de pessoas somaram R$ 25,1 bilhões entre janeiro e abril deste ano, avanço de 9,1% sobre igual período do ano anterior. Desse total, 47% foram destinados aos seguros de Vida, 28% ao Prestamista e 13% ao de Acidentes Pessoais. Os maiores crescimentos de arrecadação ocorreram nos seguros de Doenças Graves (18,6%), Vida Individual (12,3%) e Viagem (11,3%).
Apesar dos desafios no cenário macroeconômico, os dados mostram que o setor segue sólido, entregando proteção, liquidez e respostas rápidas às necessidades da sociedade brasileira.
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