Segmentos financeiros estão no topo da lista dos que mais sofrem fraudes online no Brasil, aponta estudo

Os segmentos financeiros estão no topo da lista daqueles que mais sofrem fraudes online no Brasil. É o que mostra o levantamento Device Fraud Scan 2022, concluído em março pelo AllowMe, plataforma de prevenção a fraudes. Programas de fidelidade, instituições financeiras, fintechs, avaliações online e criptomoedas, nesta ordem, são os que mais registraram tentativas de fraude ao longo de 2021. O estudo completo pode ser acessado neste link.

O Device Fraud Scan 2022 escaneou o comportamento do fraudador brasileiro, analisando mais de 155,6 milhões de transações da plataforma do AllowMe em 2021. O levantamento identificou que, entre as modalidades de fraude, o account takeover, ou roubo de conta, foi o golpe mais aplicado pelos fraudadores brasileiros no ano passado, totalizando 63,76% das tentativas de fraudes. Na lista das fraudes mais aplicadas em 2021 aparecem, ainda, abuso de promoção, fraude amiga/familiar, auto fraude, SIM swap, identidade sintética e numerador de contas. Além disso, o estudo identificou que 78,39% das transações realizadas em 2021 com IP comprometido — ou seja, com histórico malicioso, de envio de spam ou phishing ou de propagação de vírus, por exemplo — eram fraudulentas.

Além de mapear os segmentos que mais sofrem fraudes, o levantamento identificou, ainda, os horários com maior incidência de fraudes, as fraudes mais aplicadas em cada segmento, entre outros dados que ajudam a entender o cenário de cibercrimes no Brasil. Ao analisar os devices e mapear o comportamento do fraudador é possível não apenas impedir que uma fraude ocorra, como antecipar qual o tipo de golpe pretendido, auxiliando na escolha de qual ação preventiva deve ser tomada.

O horário com maior número de transações – 11h – é também aquele em que acontece a maioria das tentativas de fraude, 6,2% do total. Além disso, foi possível verificar que 70% das tentativas de fraude ocorrem entre 9h e 20h, o que acompanha o comportamento de compra dos consumidores. Neste período, a média é de 3,7 fraudes a cada minuto.

Já entre 21h e 8h, a média cai para 1,6 fraude por minuto. A maior parte das tentativas de fraudes (63,76%) ocorre no momento do login, ou seja, quando o usuário coloca seus dados cadastrais para acessar sua conta em um site ou aplicativo, por exemplo. Em segundo lugar (26,93%) aparece o momento do cadastro e, por fim, com (9,21%), o momento das transações.

 

Comportamentos suspeitos

Mais de 70% das tentativas de fraude analisadas continham 2 ou 3 comportamentos suspeitos. Quando esses comportamentos são isolados, não necessariamente indicam uma tentativa de fraude. Contudo, a análise comportamental mostra que 19% das tentativas de fraude registradas em 2021 continham, ao menos, um proceder duvidoso.

São considerados comportamentos suspeitos, por exemplo, o uso incomum de contas não cadastradas em um dispositivo, o uso de dois ou mais e-mails por um mesmo device, o comportamento incomum de geolocalização, o uso de e-mails descartáveis, as tentativas de reset de senhas por falhas de tecnologias ou mecanismos de negócio, entre outros.

 

E-mails vazados e criação de identidade sintética

Em 94,69% dos casos de tentativas de fraudes analisados, e-mails vazados foram usados para a criação de identidades sintéticas. Em 2021, 500 mil contas falsas foram abertas com e-mails vazados no Brasil.

A identidade sintética é a fraude na qual o golpista combina informações verdadeiras e falsas para gerar uma nova identidade. Outro ponto observado no comportamento dos fraudadores está relacionado ao uso de e-mails descartáveis – aqueles que são temporários e podem facilmente serem abandonados, utilizados em 5,28% das fraudes que demandaram uso de algum tipo de e-mail.

O uso de máquinas virtuais, aquelas que funcionam como um computador dentro de outro computador para simular um sistema operacional, fez parte de 14% das fraudes realizadas em 2021. Além disso, os fraudadores também realizaram 1 milhão de transações por meio de dispositivos comprometidos, ou seja, devices que possuem alguma alteração no sistema operacional.

 

Fonte: com informações da AllowMe

 

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