Secas e eventos extremos desafiam o Brasil e expõem baixa cobertura de seguros

As perdas econômicas causadas por desastres naturais entre julho e setembro de 2025 ficaram abaixo da média mundial, mas o período ainda registrou impactos severos em diversas regiões, com destaque para os prejuízos bilionários provocados pela seca no Brasil. É o que revela o relatório Global Catastrophe Recap: Third Quarter of 2025, divulgado pela Aon, que analisou os principais eventos climáticos e seus reflexos econômicos ao redor do planeta.

Segundo o levantamento, as perdas econômicas globais somaram US$ 203 bilhões nos primeiros nove meses do ano, valor 29% inferior à média do século XXI. Já as perdas seguradas atingiram pelo menos US$ 114 bilhões. Ao todo, foram identificados 36 eventos que ultrapassaram US$ 1 bilhão em danos econômicos, sendo que 22 deles também superaram essa marca em perdas seguradas. Essa relação reduziu a lacuna de proteção global para 44%, a menor já registrada no período de janeiro a setembro, reflexo da alta penetração do seguro nos Estados Unidos, onde 88% das perdas foram cobertas.

No recorte do terceiro trimestre, as perdas econômicas globais chegaram a US$ 34 bilhões, 76% abaixo da média do século XXI, enquanto as perdas seguradas totalizaram US$ 12 bilhões, o menor valor desde 2006. A Aon observa, contudo, que avaliações de danos ainda estão em andamento, o que pode elevar esses números.

Na América do Sul, os desastres ocorridos entre janeiro e setembro causaram prejuízos de cerca de US$ 6,7 bilhões. A seca no Brasil e no Paraguai foi o evento mais severo, seguida por tempestades intensas no Brasil e na Bolívia, incêndios no Chile e enchentes no Peru, Equador, Bolívia e Argentina. O continente também registrou terremotos na Guatemala e no Peru, além de um deslizamento de terra na Colômbia.

No caso brasileiro, a estiagem prolongada responde por, aproximadamente, US$ 4,8 bilhões em perdas econômicas, mas apenas 10% desse valor estava protegido por apólices de seguro. O impacto mais forte foi sentido na agricultura e nos reservatórios hídricos, segundo o relatório.

Para a CEO de Resseguros para o Brasil na Aon, Beatriz Protásio, os dados reforçam a necessidade urgente de fortalecer a cultura de gestão de riscos climáticos no país. “Enfrentamos perdas bilionárias associadas à seca e a eventos extremos recorrentes, com cobertura ainda muito limitada. Investir em dados e modelagem catastrófica é essencial para reduzir o impacto econômico e social desses desastres”, ressalta.

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