Roubo de caminhões e carretas cresce 4,65% no primeiro semestre

O Estado de São Paulo registrou 2.338 ocorrências de roubo ou furto de caminhões, caminhões-trator, reboques e semirreboques nos seis primeiros meses do ano, o que representa alta de 2,19% em relação ao mesmo período de 2020. Foram 1.937 roubos (alta de 4,65%) e 401 furtos (queda de 8,24%).

Os dados foram publicados no Boletim Econômico Tracker-FECAP, a partir da análise dos boletins de ocorrência registrados pela Secretaria de Segurança Pública.

O estudo analisou os quatro tipos de veículos separadamente. A quantidade de roubos e furtos de reboques, até junho de 2021 (154 ocorrências), já se aproxima do patamar dos acumulados de 2019 (212 registros) e do ano passado (189 ocorrências). E a quantidade de roubos de caminhões já representa 53,97% do registrado em todo ano de 2020.

“Durante a pandemia, o trânsito de automóveis reduziu consideravelmente nas grandes cidades. Em contrapartida, caminhões, utilitários e motos ganharam mais destaque, à medida em que os brasileiros aumentaram a demanda de compras online e por aplicativos de delivery. Além disso, o setor de agronegócio foi um dos poucos que se manteve aquecido frente à crise sanitária, com a utilização predominante do transporte rodoviário. Esses fatores combinados resultaram em uma maior exposição de veículos pesados, cargas e utilitários, rodando dentro e fora das cidades, e fatalmente despertando a atenção e o interesse de criminosos”, analisa o diretor Comercial do Grupo Tracker, Rodrigo Abbud.

Para o coordenador do estudo e professor do Departamento de Pesquisas em Economia do Crime (FECAP), Erivaldo Costa Vieira, a retomada econômica do setor de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios contribuiu para esse aumento. “Em junho de 2021, o número de roubos e furtos a caminhões e reboques teve alta de 7,22%, na comparação com junho de 2020. No mesmo período, o setor cresceu 25,1%. Analisando o ano de 2020, os roubos e furtos a caminhões e reboques sofreram uma diminuição das ocorrências de 23,57%, quando comparado a 2019. No acumulado do ano passado, o setor de transportes registrou recuo de 9,3%, no Estado de São Paulo, de acordo com dados do IBGE.”

Cidades mais perigosas

Os municípios de Cubatão, Cajamar, Itaquaquecetuba, Osasco, São Bernardo do Campo e Embu das Artes subiram no ranking e se destacam negativamente em 2021 entre as mais visadas pelos criminosos para roubo.

O topo da lista continua ocupado por São Paulo, Guarulhos e Jundiaí. “Em Cajamar, em todo o ano de 2020 foram registrados 33 boletins, enquanto que, em apenas seis meses deste ano, já temos 72 ocorrências. Uma das hipóteses para esse aumento substancial de roubos é o fato de o município atrair, cada vez mais, Centros de Distribuição para a região, com incentivo fiscal e por ter acesso privilegiado pela Rodovia Anhanguera e Rodoanel”, afirma o coordenador do Comando de Operações do Grupo Tracker, Vitor Correa.

Cargas

O roubo de cargas nos seis primeiros meses de 2021 cresceu 7,61% em relação ao primeiro semestre do ano anterior. Só no mês de junho foram 493 ocorrências, um aumento significativo de 19,65% em relação a junho de 2020.

Segundo o Grupo Tracker, os bandidos dão preferência para produtos alimentícios, combustíveis, têxteis, eletrônicos, bebidas, cigarros, defensivos agrícolas e itens farmacêuticos.

Estima-se que uma carga roubada seja vendida por “meia nota”, ou seja, 50% do valor total da nota fiscal da mercadoria em questão. Os delitos geralmente são praticados pela manhã, momento em que os veículos de carga saem dos embarcadores totalmente carregados.

As quadrilhas especializadas mantêm o motorista em cárcere privado até que seus objetivos sejam concluídos. “É por isso que a atividade de rastreamento se mostra tão fundamental, não somente para as empresas proprietárias dos veículos e mercadorias, mas também para os intermediários e consumidores finais, garantindo a circulação de alimentos, matérias-primas, insumos e produtos acabados por todo o país. O rastreamento contribui para que a economia siga seu rumo, mitigando prejuízos que poderiam respingar em qualquer elo da cadeia produtiva e de consumo”, finaliza o diretor Comercial do Grupo Tracker, Rodrigo Abbud.

Fonte: Grupo Tracker

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