Por Eduardo Dada*
Em 5 de agosto, a Confseg — Confederação das Cooperativas Promotoras do Cooperativismo de Seguros — promoveu reunião virtual com cerca de 70 lideranças cooperativistas e apoiadores do setor. Mais do que um alinhamento estratégico, o encontro representou um movimento claro de mobilização em torno de um propósito comum: consolidar o cooperativismo de seguros como um modelo viável, sustentável e comprometido com os valores que são a base do cooperativismo.
O momento atual exige organização, visão de longo prazo e articulação entre as entidades que acreditam na força do cooperativismo como alternativa ao modelo tradicional de seguros. Nesse cenário, a Confseg reafirma seu papel como articuladora central, oferecendo direção e coesão para a construção de um ecossistema cooperativista robusto, representativo, socialmente inclusivo e financeiramente sólido.
Planejamento e transição em pauta
Entre os principais temas discutidos, esteve o planejamento estratégico da Confseg, com foco em ações estruturantes e metas de médio e longo prazo. Um dos destaques foi a apresentação de um mapa de transição para cooperativas de consumo que buscam migrar ou expandir sua atuação para o campo das cooperativas de seguros. Essa transformação deve considerar aspectos técnicos, jurídicos e regulatórios, e a Confseg reiterou o seu compromisso com o suporte qualificado às cooperativas para que a sua jornada ocorra de forma segura, respeitando o marco legal e as exigências do mercado.
Esse apoio, segundo os participantes, é fundamental para que mais cooperativas se sintam confiantes em avançar, ampliando o alcance do cooperativismo no setor segurador.
O tripé que sustenta a atuação da Confseg
Durante a reunião, foi reafirmado o compromisso com o tripé que orienta todas as ações da Confseg: Representatividade, Educação e Capitalização.
* Representatividade: garantir que o cooperativismo de seguros tenha voz ativa nos fóruns decisórios — junto a órgãos reguladores como a SUSEP, ao Legislativo, às entidades do setor e ao sistema cooperativista nacional, por meio da OCB – Organização das Cooperativas Brasileiras. A Confseg atua para que os interesses das cooperativas sejam considerados nas discussões sobre o futuro do mercado de seguros.
* Educação: investir na formação contínua de dirigentes, colaboradores e associados. Capacitação técnica, atualização jurídica e fortalecimento da cultura cooperativista são elementos estratégicos para garantir a sustentabilidade e a ética dos negócios cooperativos.
* Capitalização: buscar uma estrutura financeira sólida para as cooperativas e para a própria Confseg. Mais do que atender às exigências regulatórias, a solidez econômica é vista como um valor essencial para assegurar longevidade, segurança e credibilidade ao sistema.
Compromisso que vai além do discurso
O encerramento da reunião foi marcado por um sentimento genuíno de responsabilidade compartilhada. A diretoria executiva da Confseg destacou a importância de transformar as propostas em ações concretas, com metas definidas, prazos claros e acompanhamento contínuo. Os próximos passos incluem a criação de grupos de trabalho, encontros técnicos e e a construção de materiais orientativos para apoiar as cooperativas em sua jornada de transição para o mercado de seguros e fortalecimento institucional.
Mais do que uma reunião, o encontro da Confseg foi uma declaração de intenção e ação. Um marco simbólico pela união de propósito dos líderes cooperativistas — e prático, por traçar um caminho claro baseado em planejamento e execução.
O cooperativismo de seguros no Brasil ainda tem desafios pela frente. Mas o que se viu nesta reunião foi algo mais forte: a vontade de fazer acontecer. De transformar ideias em estruturas, estratégias em resultados, e princípios cooperativistas em soluções reais para o mercado de seguros.
A engrenagem está se movendo. E a Confseg está mostrando ser uma peça-chave para essa jornada de transformação.
*Eduardo Dada é Diretor Financeiro (CFO) da Confseg – Confederação das Cooperativas promotoras do Cooperativismo de Seguros. Atua também como Presidente do Conselho de Administração da Uniseg Central Cooperativa e como Diretor Executivo da Unicooper Cooperativa. Tem formação em Teologia e especialização em Gestão de Cooperativas.
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