O avanço das regras que permitem a integração entre sistemas de seguros, crédito e finanças foi o centro do debate promovido pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), no dia 11 de dezembro, durante o evento virtual “Resolução Conjunta nº 12 e a Agenda da Interoperabilidade”. A gravação está disponível no canal da Susep no YouTube.
O encontro reuniu reguladores, representantes do mercado e especialistas em infraestrutura tecnológica para discutir como as novas normas estão redesenhando, na prática, o funcionamento do ecossistema securitário e financeiro brasileiro.
Na abertura, o superintendente da Susep, Alessandro Octaviani, destacou que a Resolução Conjunta nº 12/2024 representa um marco importante, mas não definitivo. Segundo ele, a norma inaugura um processo contínuo de evolução regulatória, com espaço para ajustes e melhorias ao longo do tempo. Para o executivo, o objetivo é fortalecer o sistema e ampliar a capacidade de interoperar com outros segmentos do ecossistema financeiro.
A importância da coordenação entre os órgãos reguladores foi reforçada durante o debate pelos representantes do Banco Central do Brasil, Danielle Barcos Nunes, e do Ministério da Fazenda, Vinicius Brandi, que ressaltaram a necessidade de alinhamento para garantir coerência na implementação das novas estruturas tecnológicas.
A diretora da Susep, Júlia Normande Lins, explicou que as transformações em curso não se limitam aos seguros, alcançando também os mercados de crédito, previdência e capitalização. Para ela, o papel das infraestruturas e a capacidade de conexão entre elas são elementos essenciais para que essas mudanças se concretizem.
Na segunda parte do encontro, uma mesa ampliada reuniu representantes dos setores de seguros, previdência, capitalização, corretagem, bancos e infraestruturas do sistema financeiro. Os participantes avaliaram o nível de maturidade tecnológica do mercado, apontaram desafios para ampliar a interoperabilidade e destacaram oportunidades geradas pela integração entre plataformas, especialmente na aproximação entre Open Finance, Open Insurance e outras iniciativas que compõem o chamado mercado ampliado.
O debate evidenciou que a interoperabilidade deixou de ser um conceito abstrato para se tornar um fator prático de eficiência, competição e inovação. Ao final, a Susep reforçou o compromisso de manter diálogo permanente com os diferentes agentes do mercado, reconhecendo que o sucesso dessa agenda depende da colaboração entre reguladores, entidades e provedores de tecnologia.
