
Um ano após o período mais crítico de incêndios em São Paulo, os números ainda impressionam: prejuízos superiores a R$ 3 bilhões, sendo mais de R$ 2 bilhões apenas no agronegócio. O balanço, divulgado pelo IRB(P&D) – área de pesquisa e desenvolvimento do IRB(Re) – mostra a dimensão da devastação causada por estiagem prolongada, condições climáticas extremas e até ações criminosas. Clique aqui para ler na íntegra.
No campo, as perdas incluíram a destruição de 240 mil hectares de cana-de-açúcar e a morte de 2.300 animais. Mas os impactos se estenderam também ao turismo, comércio, indústria e infraestrutura urbana, atingindo cerca de 6 milhões de pessoas em todo o estado – 43% delas de forma direta, com desabrigados, feridos e aumento de doenças respiratórias.
E o risco continua elevado. No dia 18 de agosto, a Defesa Civil paulista emitiu alerta máximo para queimadas. Quase todo o território do estado foi classificado na zona de risco emergencial, em função da chegada de um veranico, com calor intenso, baixa umidade e previsão de rajadas de vento fortes a muito fortes nos próximos dias.
Somente em 2024, entre 22 de agosto e 2 de setembro – considerado o período mais crítico do inverno –, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou 56.118 focos de incêndio no Estado. Embora as regiões mais atingidas não coincidam com as principais culturas seguradas, o setor de seguros também sentiu os efeitos. Segundo o IRB(P&D), o seguro rural em São Paulo pagou R$ 712,3 milhões em indenizações no primeiro semestre deste ano, alta de 146,3% em relação a 2023. “Esse salto sinaliza a crescente exposição do setor aos eventos climáticos extremos”, avalia o consultor Reinaldo Marques.
O relatório conclui que os incêndios estão cada vez mais relacionados às mudanças climáticas e reforça a necessidade de medidas preventivas. Entre as recomendações estão o monitoramento climático com alertas precoces, a gestão hídrica eficiente, o manejo sustentável de áreas florestais e políticas de redução de gases de efeito estufa. Para o IRB(P&D), a resposta coordenada entre sociedade, governo e setor produtivo é fundamental para evitar tragédias ainda maiores nos próximos anos e garantir a segurança e o bem-estar da população.
Fonte: com informações do IRB(Re)