Por Sidney Dias*
Pensar novos produtos de seguro é importante para que as seguradoras aproveitem as possibilidades trazidas pela flexibilização das regras ocorrida em 2021. Mas, isso é só o primeiro passo: todos que atuam em seguradoras tradicionais conhecem os desafios de se fazer novos produtos chegarem efetivamente ao mercado. Da ideia até a sua comercialização, o caminho seguido por um produto é longo, geralmente demandando vários meses.
Os sistemas legados das seguradoras e a forma de organização do trabalho das equipes de TI contribuem de forma relevante para que esse prazo total seja elevado. Aqui, também, pode ser novamente percebido o potencial da utilização de abordagens e métodos ágeis para redução do tempo de chegada ao mercado de um novo produto.
Outras possibilidades – que podem ser utilizadas em conjunto com os métodos e organizações ágeis – passam pela utilização de ferramentas para alteração de sistemas e de seus parâmetros com pouco ou nenhum código computacional – conhecidas como low code ou no code/zero code – LC/NC. Com esses recursos, é possível criar e alterar aplicativos, melhorar a experiência digital dos clientes e automatizar processos de forma muito mais rápida e com menos possibilidades de erros.
As ferramentas classificadas como low code são voltadas para os desenvolvedores de software, possibilitando que construam a maior parte das aplicações (sistemas e apps) visualmente, reduzindo o tempo necessário para o desenvolvimento pelos meios tradicionais. Já as ferramentas no code/zero code têm como foco possibilitar que pessoas de diferentes áreas possam desenvolver aplicações simples sem demandar ajuda à área de TI.
A abordagem de criação e alteração de sistemas com o uso de ferramentas LC/NC traz, também, outras vantagens. Por exemplo, as equipes de TI ficam liberadas das tarefas de pequenas alterações nos sistemas centrais das empresas, podendo se dedicar a projetos complexos e estruturantes. Um outro possível benefício é a redução dos custos e necessidades de investimentos, menores do que aqueles observados nos métodos tradicionais de desenvolvimento e manutenção de sistemas.
E um grande ganho é a redução da dependência que as equipes responsáveis pelos produtos têm das áreas de TI – um avanço há muito buscado pelas companhias.
* Sidney Dias é diretor da Conhecer Seguros, mestre e doutor em Informática. Graduado em Administração Pública, é professor em cursos de graduação e pós-graduação e membro de instituições internacionais, como a IEEE/Computer Society, da Association for Computing Machinery (ACM) e da International Coach Federation (ICF). É, também, corretor de seguros habilitado em todos os ramos.
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