O Brasil conta atualmente com 3,6 milhões de beneficiários de planos que unem cobertura médica e odontológica em um mesmo contrato, segundo levantamento inédito do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). O dado faz parte da Análise Especial da 108ª edição da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), que aponta essa modalidade como alternativa mais prática para o consumidor e estratégica para fidelização pelas operadoras.
Ao integrar, em uma única apólice, atendimentos ambulatoriais, hospitalares e odontológicos, esses planos ampliam o escopo de serviços e favorecem o cuidado contínuo, com acompanhamento preventivo e maior coordenação entre especialidades. Para empresas e usuários, também trazem vantagens administrativas e, em alguns casos, redução de custos.
O crescimento dos planos combinados está relacionado ao avanço dos planos coletivos empresariais, que acompanham o desempenho do mercado de trabalho formal. Entre junho de 2024 e junho de 2025, o Brasil registrou 1,6 milhão de novos empregos com carteira assinada — alta de 3,4% — e, no mesmo período, houve aumento equivalente de vínculos em planos médico-hospitalares coletivos empresariais, com crescimento de 4,5%.
“Há uma correlação direta entre a formalização do trabalho e o acesso à saúde suplementar. Os planos combinados, embora ainda representem uma fatia menor do mercado, sinalizam uma diversificação importante na forma de ofertar serviços e, para as empresas, demonstram o compromisso em oferecer as melhores condições assistenciais”, afirma José Cechin, superintendente executivo do IESS.
Em junho de 2025, dos 52,9 milhões de beneficiários de planos médico-hospitalares, 49,3 milhões possuíam apenas esse tipo de cobertura, enquanto 3,6 milhões contavam também com assistência odontológica. Somando-se aos 34,4 milhões de beneficiários de planos exclusivamente odontológicos, o país totaliza 38 milhões de pessoas com algum tipo de cobertura odontológica ativa.
A NAB 108 também revela que a cobertura médico-hospitalar alcança 24,8% da população brasileira, enquanto a cobertura exclusivamente odontológica atinge 16,1%. Os planos coletivos respondem por 83,7% dos vínculos médico-hospitalares, sendo 86,7% empresariais. Entre os estados, São Paulo liderou o crescimento absoluto entre junho de 2024 e junho de 2025, com 469 mil novos vínculos médico-hospitalares e 296 mil odontológicos. Rio de Janeiro e Minas Gerais também registraram aumentos expressivos no período.
