Os planos de saúde cobriram, em 2022, 1,8 bilhão de procedimentos, englobando consultas, exames, terapias e internações, um aumento significativo de 10,6% na comparação com o total de 2021, quando foram contabilizados 1,6 bilhão de procedimentos. Os números foram divulgados na última semana pela Agência Nacional de Saúde Suplementa (ANS).
Na análise da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), representante de operadoras de planos de saúde no país, os números revelam um novo padrão de uso do sistema, com crescimento importante de terapias ambulatoriais e o retorno das consultas de pronto-socorro. Confirmam, também, a relevância dos planos ao auxiliar o sistema público de saúde no cuidado à população.
“Em 2022, os planos de saúde atenderam com qualidade a 50,4 milhões de beneficiários de planos médicos e 30,3 milhões nos planos odontológicos. Adicionalmente, a saúde suplementar é fundamental para a economia do País, ajudando a gerar empregos e financiar grande parte dos hospitais e laboratórios brasileiros”, afirma Vera Valente, diretora-executiva da FenaSaúde.
Este é o primeiro momento, desde o início da pandemia de Covid-19, em que o setor superou os registros anteriores ao período pandêmico, em 2019. Dentre as 264,7 milhões de consultas registradas em 2022, 60 milhões foram em pronto-socorro, um aumento de 34,7% em relação a 2021 e de 3,8% em relação a 2019, ano pré-pandemia. Outros atendimentos ambulatoriais, exames e internações também superaram o volume registrado em 2019.
Em relação a 2021, houve crescimento de realização de todos os tipos de procedimentos. Foram 1,1 bilhão de exames (aumento de 10,2%); 8,8 milhões de internações (13,5% de aumento); 66,8 milhões de terapias (7,3% de aumento); 177,7 milhões de outros atendimentos ambulatoriais (15,6% de aumento); e 184,5 milhões de procedimentos odontológicos (crescimento de 6,9%).
Os dados estão disponíveis de forma detalhada no Mapa Assistencial da Saúde Suplementar, no portal da ANS. De acordo com o documento, as despesas assistenciais de 2022 totalizaram R$ 227,3 bilhões, um aumento de 11,8% em relação a 2021. As três maiores despesas ocorreram nas internações, com um total de R$ 95,14 bilhões (aumento de 3,5%); exames, com uma despesa de R$ 43,95 bilhões (aumento de 8,3%); e consultas médicas, com uma despesa de R$ 29,84 bilhões (crescimento de 23,3%). Juntos, esses três itens representam 74,3% das despesas assistenciais.
A FenaSaúde ressalta que esse avanço no número de procedimentos, aliado ao aumento dos custos em saúde e a mudanças no campo regulatório, jurídico e legislativo, podem ter contribuído para os resultados recentes do setor. Em 2022, as operadoras médico-hospitalares fecharam o ano com R$ 10,7 bilhões de prejuízo operacional. “Isso demonstra a necessidade de buscarmos soluções a fim de potencializar a ampliação do acesso de mais pessoas aos produtos e serviços de saúde suplementar, em busca da sustentabilidade nos negócios”, afirma Vera Valente.
Fonte: FenaSaúde
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