Para não errar: conheça o “algoritmo” certo para fazer bons negócios

Por Alessandro Buonopane*

“Inovação distingue um líder de um seguidor”. “Todos nós precisamos de pessoas que nos deem feedback. Assim melhoramos”. A primeira passagem foi proferida por Steve Jobs; a segunda, por Bill Gates. Em comum, o fato de que ambas constam na página oficial da Câmara de Comércio dos Estados Unidos, como algumas das frases que todo líder de negócios deve ouvir.

Mais do que motivadoras, ambas expõem a pura realidade de que fazer bons negócios demanda um verdadeiro “algoritmo” por parte de gestores, administradores e demais executivos para ser bem-sucedido em um ambiente cada vez mais veloz, competitivo e de constante atualização, tanto da parte tecnológica quanto de padrões de comportamento e consumo.

Faço um à parte aqui para me fazer mais claro. Por definição, algoritmo na Computação significa um “conjunto das regras e procedimentos lógicos perfeitamente definidos que levam à solução de um problema em um número finito de etapas”. Este raciocínio é perfeitamente relacionável com a troca entre fornecedor e consumidor, não é? Pois bem.

Me sinto bem à vontade para usar essa correlação entre tecnologia e negócios, uma vez que estou no mundo da TI há 34 anos, liderando grandes e complexos projetos em diversas instituições, distribuídos em ambientes de múltiplas plataformas e múltiplas tecnologias. Sempre estive próximo das mudanças de métodos e processos ao longo desta grande jornada.

Um negócio, porém, começa antes de falarmos de dados e números. Uma boa formação que lhe credencie na sua área de atuação e a capacidade de construir relacionamentos são duas boas qualidades iniciais para ser bem-sucedido ao gerir ou administrar um negócio. Isto vai lhe permitir uma série de ações positivas, como exercitar a empatia e se colocar no lugar do seu cliente em favor da resolução de problemas.

A oportunidade de fechar bons negócios ganha corpo e forma tão logo exista empenho também na experiência do cliente, conhecimento do seu negócio e se manter próximo em todas as etapas do processo de negociação. Desta forma, ele vai se lembrar de você. Na outra ponta, essa presença e preocupação será um bônus precioso, seja nos negócios de hoje ou nos de amanhã.

Entretanto, o desenvolvimento das relações envolve somente uma parcela do que chamo de “algoritmo dos negócios”. Internamente, cada companhia precisa ter uma boa visão da sua proposta, das suas qualificações e como colocá-las em público. É bom aproveitar para esclarecer: gestão e administração são conceitos distintos, e aproveito para tocar nisso.

Gerir significa desenvolver algo muito valioso, incentivando a participação, a autonomia e a responsabilidade das pessoas. É uma ação voltada para o quadro político-administrativo de uma empresa ou time. Por sua vez, administrar trata do planejamento, do controle e direcionamento de recursos, com foco em objetivos específicos e projeção de resultados.

O que não muda é a necessidade de quem está no comando das principais operações tentar conciliar os conceitos de gestão e administração, trabalhando com probabilidades, com a percepção do quanto relacionamentos e esforços possam virar negócios efetivos. Dessas relações também podem sair novos entendimentos sobre, por exemplo, tendências que lhe permitam antecipar movimentos da concorrência.

Procuro trabalhar com especialistas e executivos antenados no que há de mais moderno para a transformação digital de negócios. Nossa consultoria para modelos de tech embarcada – processos que ligam diferentes tecnologias a outros recursos, agregando funcionalidades entre software e hardware, compondo uma dinâmica arquitetura de dados –, respira diariamente do “algoritmo dos negócios”.

Evidentemente, o conjunto de regras e procedimentos que visam solucionar um problema em um mercado – o que, em essência, define o conceito do termo negócio – não é uma receita pronta e imutável. Muito pelo contrário. Ele está em constante transformação, acompanhando as mudanças, das mais singulares às mais amplas.

Voltando a Gates, ele também costuma dizer que “seus clientes mais insatisfeitos são sua maior fonte de aprendizado”. E nós estamos sempre aprendendo e atualizando os nossos algoritmos.

 

* Alessandro Buonopane é CEO Brasil da GFT Technologies

 

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