IRB Brasil RE tem redução das perdas anuais em 7,7%

O IRB Brasil RE apurou prejuízo líquido de R$ 630,3 milhões em 2022, comparado aos R$ 682,7 milhões verificados em 2021. O relatório divulgado pela companhia, no dia 8 de março, mostra que a redução de 7,7% das perdas anuais ocorreu mesmo com o forte impacto negativo de sinistros recentes, decorrentes de eventos climáticos atípicos na linha agro e da Covid-19 em vida, que totalizaram cerca de R$ 1,2 bilhão em 2022.

No quarto trimestre do ano passado (4T22), o ressegurador ficou próximo de atingir o ponto de equilíbrio, com prejuízo de R$ 38,8 milhões. Os números do 4T22 foram impactados pelo resultado negativo de subscrição, de R$ 152,8 milhões, e pelo resultado financeiro positivo, de R$ 153 milhões. Além da redução na base anual, a comparação com o 2T22 (-R$ 373,3 milhões) e o 3T22 (-R$ 298,7 milhões) mostra melhora significativa do resultado líquido em relação aos trimestres mais afetados em 2022 pelas linhas agro e vida.

 

Mercado com taxas atrativas

“2022 foi desafiador para todo o setor de seguros e resseguros. A administração trabalhou ao longo de todo o ano, aprimorando a carteira, o que permitiu a geração de caixa positivo no último trimestre e o quase atingimento do break-even. Iniciamos 2023 acelerando as mudanças promovidas no ano passado, no que diz respeito à revisão das políticas de subscrição e processos, buscando eficiências e estreitando o relacionamento com os clientes. Em janeiro deste ano, renovamos 82% dos contratos que desejávamos reter, prosseguindo com a estratégia de diluição de riscos. Além disso, as condições de mercado seguem atrativas, com o aumento de taxas em todas as linhas. Olhando para frente, acreditamos que a nossa equipe, que é muito capacitada e experiente, com metas claras e disciplina financeira, levará o IRB de volta à lucratividade recorrente”, afirma o CEO do IRB Brasil RE, Marcos Falcão.

 

Prêmios emitidos no Brasil

O volume total de prêmios emitidos em 2022 decresceu 9,9% em relação a 2021, totalizando R$ 7,892 bilhões. A emissão no Brasil totalizou R$ 5,377 bilhões (68% do portfólio), o que representou um incremento de 0,9%, refletindo a estratégia de focar os negócios no mercado local. Já os prêmios emitidos no exterior alcançaram R$ 2,514 bilhões (31% do portfólio), com redução de 26,7% em relação a 2021. A menor contribuição dos prêmios emitidos no exterior em 2022 decorre, principalmente, da estratégia de re-underwriting.

Em 2022, os prêmios retrocedidos apresentaram uma redução de 8,8%, acompanhando a queda nos prêmios emitidos. Assim, o total dos prêmios retidos foi de R$ 4,968 bilhões, com decréscimo de 10,6% em relação ao ano anterior. Já o total de prêmios ganhos nos 12 meses do ano fechou em R$ 5,097 bilhões, redução de 13,6% em relação a 2021, devido aos efeitos da variação das provisões técnicas e da redução nos prêmios emitidos.

“O volume total de prêmios emitidos caiu 13,2% em relação ao 4T21, alcançando R$ 1,789 bilhão. Houve leve decréscimo no Brasil (0,5%) por conta da descontinuidade de alguns negócios no segmento vida. Esse movimento, no entanto, foi compensado pelo incremento dos prêmios na linha agro, pois os contratos da Safra Verão 2022-23 tiveram reajuste superior a 30% nas taxas, além das reduções nas garantias dos seguros, refletindo os recentes resultados do setor. No exterior, reduzimos em 32,8% a emissão de prêmios, considerando a base anual, em linha com a nossa estratégia”, explica o vice-presidente de Subscrição do IRB, Daniel Castillo.

 

Índice de sinistralidade

Em 2022, o IRB registrou R$ 5,314 bilhões no volume de sinistro retido, diminuição de 11,2% em relação a 2021. Os principais impactos foram os eventos climáticos atípicos que afetaram a linha agro e os efeitos da Covid-19 em vida. O índice de sinistralidade aumentou de 101,5% em 2021 para 104,3% em 2022, embora tenha havido redução nominal no sinistro retido no ano de 2022, mas que não compensou a queda no prêmio ganho. Vale destacar que, no 4T22, o índice de sinistralidade total foi de 93,8%, apresentando uma redução de 29,7 p.p. ante o mesmo trimestre do ano anterior, de 123,5%.

“O índice de sinistralidade reflete os eventos climáticos atípicos que afetaram o segmento agro doméstico e os impactos da pandemia na linha de vida. No exercício de 2022, o IRB registrou perdas incrementais de R$ 975,1 milhões com sinistros no agro e de R$ 228,2 milhões com sinistros relacionados à Covid-19 em vida. Vale ressaltar que, em 2021, esses sinistros ligados à pandemia totalizaram R$ 383,7 milhões. Ou seja, há tendência de arrefecimento. Se excluirmos ambos os eventos, que totalizam R$ 1,2 bilhão, o resultado da companhia seria positivo”, diz o vice-presidente Técnico e de Operações do IRB, Wilson Toneto.

 

Resultado financeiro e patrimonial

O resultado financeiro e patrimonial do IRB foi de R$ 690,1 milhões em 2022, 11,7% maior do que em 2021, decorrente do aumento da taxa Selic, além do efeito não-recorrente de ganhos de ação judiciais, venda do imóvel sede da companhia no Rio de Janeiro e da participação de 20% no CasaShopping.

Após quatro trimestres, a companhia voltou a gerar caixa positivo no 4T22: R$ 220,1 milhões, comparado a um consumo de caixa de R$ 1,182 bilhão no 4T21. “A geração de caixa nesse trimestre deu-se, principalmente, pelo menor volume de pagamento de sinistros e menor repasse de prêmios por cessão de riscos, ou seja, retrocessão”, explica Falcão.

Em 2022, as despesas gerais e administrativas totalizaram R$ 329,7 milhões, redução de 14,9% em relação a 2021, principalmente devido à redução de despesas com pessoal próprio e de despesas judiciais. O índice sobre os prêmios ganhos variou de 6,6% em 2021 para 6,5% em 2022.

 

Suficiência nos indicadores regulatórios

O IRB deve observar dois indicadores regulatórios, conforme dispõe normativo da Susep, órgão responsável pela supervisão do setor de seguros e resseguros: Índice de Suficiência de Patrimônio Líquido Ajustado em relação ao Capital Mínimo Requerido e o Índice de Cobertura de Provisões Técnicas. Em 31 de dezembro, a companhia apresentou suficiência em ambos.

“Nosso patrimônio líquido ajustado (PLA) correspondeu a 101% do capital mínimo requerido (CMR) na data de 31 de dezembro, enquanto no indicador de cobertura de provisões técnicas apresentou suficiência de R$ 332,1 milhões, diz o vice-presidente de Riscos, Conformidade e Jurídico, Carlos Guerra.

 

Fonte: IRB Brasil RE

 

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