A saúde financeira média do brasileiro recuou ligeiramente nos últimos 2 anos. É o que aponta a segunda rodada da pesquisa que calcula o Índice de Saúde Financeira do Brasileiro (I-SFB), desenvolvido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), com apoio técnico do Banco Central (BC).
Segundo a ferramenta, a média geral caiu 1,2 ponto percentual, passando de 57,2, no final de 2020, para 56,0, no início de 2022, o que sugere uma certa piora na saúde financeira da população. O índice é gratuito e pode ser acessado por qualquer cidadão.
“O índice é uma conquista da sociedade brasileira. Possuir um critério de excelência que meça as diversas dimensões da saúde financeira é essencial para o desenvolvimento de políticas públicas de educação e inclusão financeira, o desenho e a oferta de produtos bancários adequados às necessidades dos cidadãos, e para auxiliar no autodiagnóstico de cada cidadão visando melhorar a tomada de decisão quanto às questões financeiras” , disse Luis Mansur, do Departamento de Promoção da Cidadania Financeira (Depef) do Banco Central.
O I-SFB permite ao brasileiro mensurar sua saúde financeira a partir da resposta a 15 questões relacionadas à saúde financeira, sendo calculado em uma escala de 0 a 100 pontos. De acordo com a pontuação, a ferramenta diagnóstica indica o nível de saúde financeira do usuário entre sete faixas: “ótima”, “muito boa”, “boa”, “ok”, “baixa”, “muito baixa” e “ruim”.
As questões do I-SFB abordam diferentes aspectos da vida financeira do brasileiro. Veja abaixo quatro destaques, a partir das respostas dos entrevistados:
“Essa mensuração beneficia vários públicos: o cidadão, que poderá melhorar sua tomada de decisão relacionada às suas questões financeiras; o sistema financeiro, que poderá desenhar e oferecer produtos bancários mais adequados às necessidades dos cidadãos; e o setor público, que terá informações mais sólidas para desenvolver políticas públicas de educação e inclusão financeiras”, completa Mansur.
Sob pressão
Os números também mostram um efeito cascata, em que as pessoas “escorregaram” de uma faixa a outra entre a primeira e a segunda medição do I-SFB. Na pesquisa, as faixas que vivenciam maior bem-estar financeiro (ótima e muito boa) encolheram em relação à sondagem anterior, segundo o indicador, enquanto as faixas inferiores (baixo, muito baixo e ruim), que vivenciam maior estresse financeiro, aumentaram.
As faixas centrais (boa e ok), que concentram a população que experimenta um equilíbrio financeiro no limite, também recuaram. A pesquisa também identificou o avanço na quantidade de pessoas declarando possuir conta corrente, cartão de débito e poupança.
A segunda pesquisa foi realizada entre janeiro e março de 2022 e considerou uma amostra de 4.797 pessoas, das 5 regiões do País, com idade superior a 18 anos e bancarizados. O I-SFB é medido a partir de um questionário que permite calcular uma pontuação que vai de 0 a 100, em uma classificação que vai de “ruim” a “ótima”.
Mais de 70 especialistas das áreas bancária, acadêmica, membros do Sistema Financeiro Nacional como o setor cartão de crédito, birôs de crédito, empresas de leasing, especialistas em educação financeira e planejadores financeiros, participaram de sua elaboração.
Educação financeira
O Banco Central desenvolve diversos projetos sob a dimensão Educação da Agenda BC#, entre os quais estão o novo Museu e o Aprender Valor, que leva Educação Financeira às escolas públicas do ensino fundamental. Além disso, o Banco Central disponibiliza diversas ferramentas de Educação Financeira diretamente ao cidadão, como a Calculadora do Cidadão e a página Cidadania Financeira.
“Vale destacar que o Banco Central não está sozinho nessa jornada. Ele promove o desenvolvimento de ações de Educação Financeira por meio das instituições financeiras e de pagamento, de acordo com os princípios estabelecidos pelo Comunicado 34.201, de 2019, e em colaboração com as associações de classe. Foi por meio de um acordo de cooperação técnica que o Banco Central apoiou o desenvolvimento do I-SFB pela Febraban”, afirma o chefe do Depef.
Outro produto relevante desse acordo com a Febraban é a Plataforma Meu Bolso em Dia. Desenvolvida por diversos experts, garantindo a qualidade técnica dos recursos educacionais e de tecnologia, ela oferece conteúdos isentos de educação financeira e não comercializa ou indica produtos financeiros. A plataforma é gratuita, personalizada e baseada no I-SFB do usuário, ofertando trilhas de aprendizagem adequadas às necessidades naquele momento de vida.
A criação do I-SFB faz parte das ações previstas no Acordo de Cooperação Técnica (ACT), firmado pelo BC e pela Febraban em novembro de 2019, com a finalidade de desenvolver ações coordenadas de educação financeira voltadas para clientes e usuários de produtos e serviços financeiros. O projeto integra a dimensão Educação, da Agenda BC#.
Fonte: Banco Central do Brasil
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