A forte desaceleração da inflação projetada pelo IGP-M está entre os destaques do novo Boletim de Acompanhamento das Expectativas Econômicas (AEE), da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), publicado no dia 1º de agosto, com base em projeções compiladas no relatório Focus do Banco Central.
“É interessante observar a estatística de mínima da projeção para o IGP-M este ano que, influenciada pela expectativa de desaceleração da economia mundial e seu impacto nos preços de commodities, vem caindo e sofreu uma queda abrupta na última semana, de 2,5p.p., com agentes agora projetando que o índice pode ficar em 6,6% no ano que vem. A mediana é de 11,34%”, assinala o economista Pedro Simões, do Comitê de Estudos de Mercado da CNseg.
Ainda assim, afirma ele, os agentes esperam que o Banco Central aumente a Selic em 0,50 ponto percentual nesta semana, levando os juros básicos a 13,75%, patamar em que – segundo a projeção mediana – permaneceriam até o final do ano. Entretanto, para o ano que vem, ainda que o ajuste de juros já realizado desde o ano passado tenha sido relevante, o cenário mais deteriorado faz com que se espere a Selic em patamar mais alto por mais tempo: a projeção mediana para os juros básicos ao final de 2023 subiu de 10,75% para 11,00%.
O relatório Focus divulgado nesta segunda-feira (01/08) constata que as projeções para o PIB melhoram este ano e caem para o ano que vem: para 2022, subiu de 1,93% para 1,97%. Para o ano que vem, entretanto, nova queda, de 0,49% para 0,4%.
Por outro lado, as projeções para o IPCA fazem movimento contrário: caiu de 7,3% para 7,15% em 2022 e subiu de 5,3% para 5,33% em 2023. O IPCA-15 de julho, de fato, desacelerou para 0,13%, com queda significativa no grupo de transportes, principalmente pela redução de 5,01% no preço da gasolina e de 8,16% no do etanol. Com isso, a inflação acumulada em 12 meses até julho pelo IPCA-15 caiu de 12,04% para 11,39%.
Pedro Simões afirma que será interessante acompanhar não apenas a decisão, “mas o tom do próximo comunicado do Copom, que, como vimos comentando desde pelo menos o mês passado, por conta da excepcional incerteza que envolve ainda eleições presidenciais em outubro, deve indicar uma autoridade monetária mais data-dependent, ou seja, com menos compromisso em assumir uma trajetória futura para a política monetária, respondendo mais aos dados conforme forem sendo divulgados (exatamente como fizeram o FED e o BCE – afinal, a incerteza não tem sido exclusividade do Brasil)”.
Fonte: CNseg
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