Especialista em cirurgias robóticas aponta mitos e verdades dessa evolução na medicina

A tecnologia vem revolucionado a medicina e a área de cirúrgica é um dos destaques. As intervenções de campo aberto, com incisões enormes, longo tempo de recuperação e maior incidência de complicações têm sido substituídas por procedimentos minimamente invasivos, onde os cortes são pequenos e os médicos podem ter uma visão ampla dos órgãos em 3D, via microcâmeras, que projetam as imagens numa tela. Só que essas intervenções também foram aperfeiçoadas, contando agora com o auxílio de robôs cirúrgicos.

“A cirurgia robótica-assistida é considerada a mais moderna e inovadora tecnologia cirúrgica da atualidade. Ainda representa apenas 3% dos procedimentos cirúrgicos no mundo, mas esse tipo de tecnologia ganha a cada dia maior protagonismo em hospitais de referência”, comemora o cirurgião Rogers Camargo Mariano da Silva, coordenador do Centro de Endometriose e Robótica do ABC e integrante da Equipe de Cirurgia Minimamente Invasiva e Endometriose da Faculdade de Medicina ABC.

Inclusive, o Conselho Federal de Medicina publicou a Resolução CFM nº 2.311/2022, em março do ano passado, que estabelece os critérios para esse tipo de procedimento, destacando quais instituições estão habilitadas para realizar esse tipo de intervenção e quais as competências exigidas do cirurgião. Além de formação na especialidade, esses profissionais passam por cursos práticos e contínuos até dominar as técnicas.

Mas como é uma cirurgia robótica? O Hugo Ras é o robô da multinacional Medtronic, referência em tecnologia em saúde, que acaba de ser lançado no Brasil. “Vamos pensar numa prostatectomia radical que consiste na retirada da próstata. Com o paciente sob anestesia geral, ele tem o abdômen insuflado com gás carbônico para auxiliar na visualização da área a ser operada. São feitos orifícios de, no máximo, 12 mm onde os braços do robô irão atuar. Um dos braços fica com a câmera que leva as imagens ao console do cirurgião. Já os outros três braços costumam ser usados no procedimento e incluem a pinças que irão fazer cortes e suturas na região, de uma forma precisa e leve, reduzindo em até 5 vezes a força da mão do cirurgião”, explica o cirurgião.

Como toda nova tecnologia, a cirurgia robótica ainda gera dúvidas tanto na comunidade médica como no paciente. Para decifrar esse universo de possibilidades cujo objetivo é beneficiar os pacientes, o especialista em cirurgia robótica listou alguns mitos e verdades que ainda geram muitos questionamentos.

 

Os robôs substituem o cirurgião nos procedimentos?

Mito. Os robôs cirúrgicos são sistemas mecânico-elétricas, compostos por diferentes componentes que auxiliam o médico cirurgião a realizar uma série de procedimentos. Imagine um chef sem panelas, facas, fornos, batedeiras e outros utensílios domésticos… Não haveria gastronomia sem esses utensílios. O robô cirúrgico é uma extensão do médico, uma ferramenta que o auxilia. Com os robôs, as mãos são substituídas por pinças minúsculas, precisas e de maior amplitude de movimento que a mão humana. Além disso, as imagens projetadas no monitor são em 3D, dando maior visibilidade e detalhamento do campo cirúrgico.

 

Os robôs cirúrgicos trazem recursos que lembram um videogame?

Verdade. Essa comparação é possível porque um dos equipamentos que compõe o robô é um console com uma tela e comandos que são feitos por meio de alavancas, que lembram um joystick. Manipulados por um cirurgião treinado, esses instrumentos controlam os movimentos das pinças de corte ou sutura.

 

O robô pode ser usado para tratar uma gama de doenças?

Verdade. Por enquanto o robô Hugo tem sido utilizado no País para cirurgias urológicas (retirada da próstata ou de tumores no órgão) e ginecológicas (endometriose, histerectomias), mas no mundo ele já foi autorizado para auxiliar a equipe em intervenções oncológicas, além de cirurgias bariátricas e metabólicas.

 

A recuperação do paciente após uma cirurgia robótica é mais demorada?

Mito. As plataformas robóticas proporcionam melhor acesso a diversas estruturas do corpo humano, maior amplitude de movimentos e de visão da área a ser tratada, além de redução na perda de sangue, do tempo de cirurgia, do desconforto no pós-operatório e do risco de infecções hospitalares. Com esse tipo de intervenção, os pacientes apresentam menos complicações, internações mais curtas e retorno mais rápido às atividades do cotidiano.

 

Os robôs têm recursos de Inteligência Artificial?

Verdade. O robô Hugo, por exemplo, usa a tecnologia Touch Surgery™ Enterprise, uma solução de armazenamento em nuvem que permite a captura de vídeos cirúrgicos, que conta com equipes de suporte dedicadas e especializadas em otimização, serviço e treinamento de programas de robótica. A Touch Surgery™ Enterprise é a primeira plataforma de inteligência artificial do gênero que simplifica o compartilhamento de vídeos cirúrgicos e oferece aos cirurgiões uma nova e poderosa ferramenta de treinamento.

 

Fonte: BCW Brasil

 

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