No dia 29 de março, a diretora e professora da Conhecer Seguros, Sandra Petroncare, participou da live “Mulheres – Suas Histórias e Desafios nas Profissões”, promovida pela Sou Segura. Na ocasião, Sandra contou sua trajetória no mercado financeiro e como foi atuar em um universo majoritariamente masculino. Para assistir, clique aqui.
O desafio começou para conseguir ingressar no curso de Economia, da Universidade de São Paulo (USP), sendo estudante de escola pública e com poucos recursos financeiros. “Foi um choque cultural muito grande e, inicialmente, não me enquadrava em nada. Éramos apenas duas mulheres na sala, em uma turma que ainda era composta por filhos de pessoas muito importantes, como políticos e banqueiros. Eu, com dificuldade de até pagar o ônibus, cheguei a pensar em desistir, mas com a ajuda de um estágio e de uma professora, consegui me manter até começar a trabalhar em um banco”, contou Sandra.
No banco, ela disse que a área se “descortinou” e as oportunidades apareceram. “Entrei no contexto do Plano Real, da abertura generalizada, da privatização da Vale do Rio Doce, situações que peguei ao vivo. Lá fui efetivada de maneira muito rápida e a área me encantou.”
Mas os desafios continuaram com um setor completamente masculino, cheio de brincadeiras e sarcasmos, além do salário sempre inferior. “Fui migrando de banco na busca de correção salarial, até o momento que me estabilizei em um banco internacional, onde fiz uma carreira de muito sucesso.”
Sandra também lembrou de um evento singular, vivenciado com um colega de trabalho. Ao estar numa reunião de Tesouraria do banco, conduzida por ela, o colega chegou a exclamar que, “apesar do destaque ali”, certamente, uma “fêmea” nunca chegaria à cadeira da presidência do Banco Central”. Ofendida, ela reclamou com seus superiores e acabou sendo mais valorizada, inclusive, sendo promovida. Apesar das dificuldades, ela conta que tudo valeu muito a pena. “Após alguns anos, engravidei e depois me retirei do setor financeiro para ingressar na área acadêmica.”
A live da Sou Segura ainda contou com a participação das profissionais do mercado de seguros, Cátia Rucco e Simone Ramos.
Simone, que é diretora executiva da Sou Segura, comentou sobre a diferença salarial entre homens e mulheres. Ela reforçou que, apesar de ambos terem a mesma bagagem intelectual, cargo e competência, as mulheres continuam recebendo menos que os colegas masculinos. Para a especialista, a saída para essa disparidade é a busca pela qualificação. “Eu fui atrás de certificação internacional e especialização a partir dos meus 40 anos, após perceber que homens com formação acadêmica recebiam o mesmo salário que eu, embora desempenhassem o mesmo papel. Um currículo amplo nos garante conhecimento, noções técnicas, respeito e reconhecimento”, declarou.
Já Cátia Rucco, superintendente de seguro agrícola na MAPFRE, destacou o jeito ímpar da mulher, repleto de peculiaridades que somam no resultado operacional, legitimando o benefício da equidade. “Essas conversas e iniciativas sobre a mulher no mercado de trabalho são de extrema importância para inspirar outras mulheres a ocuparem os seus espaços de direito”. Cátia destacou, ainda, sua participação no setor agro, também tipicamente masculino, porém com nuances que vem mudando essa realidade, como o fato de haver 50% de homens e 50% de mulheres na sua classe da ESALQ.
Todas as participantes deram grande destaque ao estudo e à busca constante de aperfeiçoamento técnico como forma de se buscar uma maior equidade de gêneros no mercado de trabalho.
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