O diretor da Conhecer Seguros, Walter Polido, participou do SinPodOuvir, podcast produzido pelo Sincor-SP. A conversa da pasta “Acadêmico” foi conduzida pelo apresentador Thiago Fecher. É possível assistir pelo canal da TV Sincor-SP, no Youtube, como também ouvir nas principais plataformas de áudio.
Polido abordou, entre outros assuntos, as questões de aceitação de riscos e cláusulas das apólices de seguros. Com visão técnica apurada, ele criticou o modo como o mercado opera em algumas situações. “Somos um mercado ainda hoje, no século XXI, que cobre o risco de incêndio e não cobre fumaça. Isso não existe, é dos anos 70, quando o IRB determinava no monopólio se cobria ou não. Isso acabou, mas o mercado ainda traz com ele esse tipo de coisa nas apólices”, indicou.
Segundo ele, em qualquer país desenvolvido, essas “pegadinhas” dos clausulados é coisa do passado. “Como a Colômbia, por exemplo, os clausulados são de primeiro mundo e causam vergonha no mercado brasileiro. O Chile abriu o mercado em 1980 e de lá para cá o setor se atualizou, mas nós ainda estamos patinando com situações dos anos 70”, criticou.
“Fora as pegadinhas do mercado”, Polido continuou. “Temos cláusula para enchente e outra para inundação. Isso não existe em mercado maduro. Nas apólices portuguesa, espanhola, francesa ou alemã, o risco é de água. Se vai ser proveniente de água de chuva, adutora, rio, neve, é o mesmo dano. O segurado compra alagamento, mas não sabe que tem um rio próximo que inunda. Quando dá o sinistro, a seguradora nega a cobertura, porque foi inundação e não água de chuva, ora, mas inundou porque choveu. Então fica uma discussão desnecessária e precisamos ultrapassar isso”, apontou.
Ao falar sobre a flexibilização do mercado, promovida pela Susep, ele indicou o caminho da especialização para o corretor de seguros. “Hoje, ele precisa estudar mais e mudar totalmente o estilo de formação. Antes de ser um vendedor de seguros, primeiro tem que ser formado como analista de risco e, assim, saber quais são as necessidades dos seus clientes”, concluiu.
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