A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) entregou ao coordenador do Grupo de Trabalho que discute a reforma tributária na Câmara dos Deputados, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), um relatório contendo um diagnóstico sobre o impacto das alterações legislativas para os setores representados.
O documento “Premissas de uma Reforma Tributária – visão do setor de Comércio de Bens, Serviços e Turismo“, aborda a necessidade de equalização das condições setoriais para uma reforma realmente desenvolvimentista e a importância da simplificação dos tributos. O encontro foi realizado na sede da CNC em Brasília.
A diretora de Relações Institucionais da CNC, Nara de Deus, frisou a importância da reforma no sistema tributário brasileiro, desde que seja elaborada em convergência com os setores econômicos. “O que pretendemos é chegar a um consenso para que o setor terciário não fique sobrecarregado, de forma que as atividades de diversos segmentos sejam inviabilizadas pela alta tributação”, reforçou.
Segundo o deputado federal Reginaldo Lopes, é possível criar um modelo que não gere impactos negativos para as diferentes esferas produtivas, mesmo que o tema seja complexo. “O nosso objetivo é criar um ambiente favorável ao investimento e ao empresário para gerar riqueza ao povo brasileiro. Vamos buscar um modelo que provoque a diminuição e simplificação de impostos para fazer a economia girar e crescer”, afirmou o deputado.
Ele destacou que buscará alternativas de desoneração do setor de serviços por meio do diálogo com parlamentares, governadores, secretários de Fazenda estaduais e representantes do setor produtivo. “Precisamos colocar os dissensos na mesa e negociar com as áreas econômicas” pontuou. Segundo o deputado, o período de maturação de normas tributárias e o processo transitório pode durar entre seis e 10 anos. “Então, podemos fazer ajustes no caminho para que ninguém seja prejudicado”, frisou.
Aumento de até 200% no setor de serviços
Estudos realizados pela CNC mostram que a aplicação das Propostas de Emenda Constitucional (PECs) 45/2019 e 110/2019 implicariam em um aumento médio de 84% da carga tributária, com esse índice podendo chegar a quase 200% em segmentos como locação de serviços de mão de obra. Para o economista da Diretoria de Economia e Inovação da CNC, Fabio Bentes, que também participou do encontro, as duas PECs penalizariam o setor de serviços.
Bentes destacou, durante a reunião, que o setor de serviços representa 37% da força de trabalho no País e, no último ano, respondeu por 55% dos empregos gerados. “Nossa proposta é convergir para um modelo em que setores que empregam mais possam usufruir de mecanismos de abatimento de imposto, gerando um ambiente de empregabilidade e incentivo ao setor de serviços”, explicou.
Também estiveram presentes o presidente do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac de Minas Gerais, Nadim Donato, o consultor tributário da CNC, Gilberto Alvarenga, a assessora de Relações Institucionais da Fecomércio-SP, Maria Isabel Mello, e a assessora jurídica da Fecomércio-SP, Sarina Manata.
Fonte: CNC
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