O cuidado com a própria vida e os seus bens é uma das principais preocupações dos latinoamericanos, em especial, dos brasileiros. Essa é uma constatação do relatório “Transformação Digital na América Latina – 2021“, conduzido pelo fundo de venture capital Atlantico, que traça as principais mudanças com a digitalização em diversos setores nos países latino americanos.
Dentre todos os países da América Latina, o Brasil aparece na liderança no número de startups focadas em seguros na região, com 98 no ano de 2020. O crescimento foi grande nos últimos anos, visto que, em 2015, existiam 34 startups. Na sequência dos países, aparecem México, Argentina, Colômbia e Chile.
“O mercado de seguros na América Latina tem um grande potencial de crescimento em comparação a outras economias emergentes e desenvolvidas”, pontua o managing partner do Atlantico, Julio Vasconcellos.
Essa afirmação tem base no percentual do que é gasto com seguros, sejam eles de vida ou não, no PIB desses países. No Brasil, o gasto com seguros representa 4,1% do total do PIB, algo parecido com o que acontece com o Chile, que está na casa dos 4%. Esses números são bem similares aos do que apresentam potências como a China, que tem 4,5% do seu PIB com gastos de seguro.
As particularidades do mercado de seguros
Na América Latina, a distribuição do mercado de seguros acontece em duas frentes: os seguros de vida em si e os que não são de vida, que envolvem desde automóveis, como também saúde, acidentes, dentre outros.
Em 2019, a região movimentou um total de US$ 123 bilhões, com 52% desse total sendo de seguros de vida. No entanto, esse percentual não aparece tão equilibrado na divisão dos países, que enxergam prioridades diferentes na hora da contratação deste serviço.
O Brasil, por exemplo, movimenta anualmente em torno de US$ 59 bilhões neste mercado, com 65% dos valores em seguros de vida. A Argentina, pelo contrário, tem majoritariamente uma contratação maior de seguros que não são de vida, com 87% das transações deste mercado que movimenta um total de US$ 11 bilhões ao ano.
“Essas startups têm conseguido oferecer produtos personalizados por meio de parceiros de negócios, o que tem atraído um número maior de pessoas e empresas contratantes dos serviços”, comenta Vasconcellos.
O relatório
O avanço tecnológico na América Latina já vinha acontecendo com o passar dos anos. Os investimentos de capital, tanto de empresas locais como de companhias de outros países, era realidade, tanto que as perspectivas do setor vinham sendo otimistas. A pandemia da Covid-19 traçou um novo panorama para os países dessa região, como mostra o relatório.
O documento aborda diversos aspectos da evolução tecnológica na América Latina, levando em consideração todo o fator pandêmico, abrangendo sua análise para diferentes setores que passam pelo processo de transformação digital. O relatório completo, contendo todas as informações obtidas pela equipe do Atlantico, pode ser acessado no site oficial da empresa.
Fonte: Atlantico
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