Brasil é líder em fusões e aquisições na América Latina no terceiro trimestre de 2024

A Aon divulgou, em parceria com a TTR Data, o mais recente relatório trimestral sobre o mercado de fusões e aquisições (M&A) na América Latina. O Brasil se manteve como o país mais ativo na região no acumulado do ano, até setembro, com um total de 1.169 transações registradas, queda de 25% em relação ao mesmo período de 2023, e valor agregado de US$ 29,7 bilhões, 11% a menos na mesma comparação.

“Apesar da queda no número de transações no acumulado do ano, o valor agregado apresentou uma redução moderada, que se deve, em grande parte, à qualidade das transações realizadas, que envolveram grandes ativos e setores estratégicos como infraestrutura, energia e tecnologia”, aponta líder de M&A e Transaction Solutions da Aon no Brasil, Pedro da Costa.

A transação mais significativa do terceiro trimestre no país foi a aquisição da Santos Brasil, dona do maior terminal de contêineres do país, pela francesa CMA Terminals, no valor de R$ 6,3 bilhões. Outro destaque foi a concessão parcial dos serviços de saneamento da Microrregião de Água e Esgoto de Sergipe – MAES, que foi adquirida pela Iguá Saneamento por R$ 4,5 bilhões.

Setores mais ativos no Brasil

Os setores mais ativos no país no acumulado do ano em termos de número de transações foram Serviços de Internet, Software e TI (248), Real Estate (127), Software específico para indústrias (94), e Bancos e Investimentos (65). “Historicamente, setores como infraestrutura — incluindo saneamento, portos e rodovias – , energia renovável e tecnologia se mantêm entre os mais ativos no Brasil. Em 2024, o setor de tecnologia continuou a ganhar relevância, impulsionado pela transformação digital e pelo amadurecimento do ecossistema de inovação no país. A resiliência dos setores de real estate e bancos também reforça o papel estratégico da infraestrutura urbana e do fortalecimento do setor financeiro. Cada vez mais, o mercado brasileiro reconhece a análise e transferência de riscos como peças essenciais para garantir segurança e retorno nas operações, especialmente em setores em rápida transformação como tecnologia e infraestrutura”, explica Costa.

Principais países investidores

Os países que mais investiram no Brasil entre janeiro e setembro de 2024 foram os Estados Unidos, com 109 transações totalizando US$ 2,81 milhões, seguido pelo Reino Unido, com 24 transações e valor total de US$ 1,14 milhão, e França, com 9 transações e valor total de US$ 1,17 milhão.

Em relação aos países nos quais o Brasil mais investiu no ano até o momento, os Estados Unidos foram o principal destino, com 18 transações no valor de US$ 1,35 bilhão. Outros países relevantes foram a Colômbia, com 11 transações somando US$ 158,9 milhões, e o México, com 8 transações totalizando US$ 533,1 milhões.

Private Equity e Venture Capital

O Brasil chegou a um acumulado de 75 transações de Private Equity até setembro de 2024, totalizando US$ 2,8 bilhões. Já o setor de Venture Capital contabilizou 308 transações, movimentando US$ 1,7 bilhão.

Perspectivas para a América Latina

Os principais países da América Latina apresentaram variações distintas no acumulado até setembro. A Argentina teve uma queda de 8% no número de transações e de 3% no valor agregado das operações. México registrou um aumento de 10% no valor das transações, enquanto o Chile apresentou uma queda de 21% no número de transações e de 32% no valor total. Colômbia teve uma redução de 7% no número de transações e de 14% no valor agregado, enquanto Peru registrou um aumento de 15% no número de operações, apesar de uma queda de 55% no valor total das transações.

“Apesar das diferenças entre os países da região, vemos um potencial significativo para investimentos nos próximos meses. Brasil continua sendo um ponto central para as operações de M&A, graças à sua diversidade setorial, com destaque para agroindústria, infraestrutura, energia e tecnologia. Além disso, México e Chile têm colaborado positivamente para o crescimento do número de acordos, com transações notáveis envolvendo fundos soberanos e Private Equities. Com uma abordagem estratégica de gestão de riscos e com o suporte adequado, é possível enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que a região oferece, garantindo não apenas segurança, mas também um retorno positivo e sustentável”, ressalta.

Fonte: Aon

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7 de novembro de 2024

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