Boletim analisa comportamento dos planos de saúde durante a pandemia

A proporção de leitos destinados para atendimento à pacientes com coronavírus nos hospitais apresentou nova redução em março de 2022, tanto para leitos comuns quanto de UTI. De acordo com o Boletim Covid-19, divulgado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar no dia 26 de abril, a ocupação de leitos passou de 58% para 44%.

Por outro lado, o número de exames de RT-PCR e de pesquisa de anticorpos tiveram aumento expressivo em relação a janeiro de 2022, em decorrência da variante Ômicron, registrando 45,5% e 76,3%, respectivamente. Na comparação com o mesmo período de 2021, houve aumento de 30,5% nos exames de RT-PCR e queda de 53,7% para as pesquisas de anticorpos realizadas no setor.

A busca por exames e terapias ficou 16% acima do patamar verificado em março de 2021. E os atendimentos em pronto-socorro que não geraram internação aumentaram em relação ao patamar inicial, observado antes do início da pandemia. O custo médio de internação para Covid-19 com UTI em março de 2022 ficou acima do custo das diárias de internação cirúrgica e clínica no período. Já a ocupação de leitos para atendimento a demais procedimentos registrou aumento em relação ao mês anterior, tendo ficado em 80% no mês de março.

 

Evolução de beneficiários

O número preliminar de beneficiários em planos de assistência médica relativo a março de 2022 segue a tendência de crescimento observada desde julho de 2020. O total de 49.074.356 beneficiários representa aumento de 0,23% em relação a fevereiro de 2022.

A taxa de adesão (entradas), considerando todos os tipos de contratações, é superior à taxa de cancelamento (saídas) nos planos médicos hospitalares. O tipo de contratação responsável por esta superioridade é o coletivo empresarial que se mantém, desde julho de 2020, com mais entradas do que saídas de beneficiários.

Considerando o tipo de contratação do plano e a faixa etária do beneficiário, observa-se que a variação foi positiva para os beneficiários acima de 59 anos em todos os tipos de contratação ao longo dos meses de março de 2020 até março de 2022.

 

Informações econômico-financeiras

No encerramento de 2021, tanto o 3º quanto o 4º trimestre apresentam índice de sinistralidade de caixa (despesas assistenciais/receitas) no mesmo patamar dos dois últimos trimestres de 2019 (período pré-pandemia).

Em 2022, ao analisar os dados mensais, observa-se queda de três pontos percentuais na sinistralidade de março em relação ao mês anterior. Já a taxa de sinistralidade do 1º trimestre de 2022 atingiu 81%, quatro pontos percentuais acima da sinistralidade trimestral de mesmo período de 2019.

Percebe-se certa estabilidade desse indicador nos últimos quatro trimestres, com variação de somente três pontos percentuais entre os valores durante todo o período, sem que tenha sido verificada a habitual sazonalidade do setor no último trimestre.

Sobre a inadimplência, os dados de março de 2022 comparados com o mês anterior indicam oscilações suaves, dentro do comportamento histórico deste indicador. Observa-se redução de dois pontos percentuais na inadimplência total de planos com preço preestabelecido.

Já o percentual de inadimplência de planos coletivos registra queda de três pontos percentuais. Para planos individuais/familiares, percebe-se queda de dois pontos percentuais na comparação com fevereiro de 2022. Todos esses indicadores mantêm-se próximos aos seus patamares históricos.

 

Demandas dos consumidores

Os dados de março de 2022 mostram que houve aumento de 21,4%, em comparação ao mês anterior, no total de reclamações que foram passíveis de intermediação pelo instrumento da Notificação de Intermediação Preliminar (NIP), com maior predominância de temas de natureza assistencial.

Quanto às demandas relacionadas à Covid-19, houve queda significativa. Em março de 2022, a ANS registrou 339 reclamações sobre o tema. Do total de queixas relacionadas ao coronavírus, 48% dizem respeito a dificuldades relativas à realização de exames e tratamento para a doença.

O objetivo do Boletim Covid-19 é monitorar a evolução de indicadores relevantes do setor de planos de saúde nesse período, subsidiando análise qualificada da agência reguladora e prestando mais informações à sociedade.

 

Fonte: com informações da ANS

 

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