O Banco Central do Brasil (BC) divulgou em 4 de setembro de 2024 a lista de projetos selecionados para a segunda fase de testes do Piloto Drex, a moeda digital do Banco Central. Em parceria com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), foram selecionados 13 temas dentre 42 propostas de casos de uso apresentadas. Essa nova etapa busca testar a implementação de serviços financeiros utilizando os chamados contratos inteligentes (smart contracts) desenvolvidos por participantes da plataforma.
O Que é o DREX?
O Drex é uma iniciativa do Banco Central do Brasil que visa a criação de uma moeda digital oficial. Com foco em proporcionar um sistema financeiro mais eficiente e seguro, o Drex tem busca integrar a tecnologia blockchain ao setor bancário, possibilitando operações mais ágeis, transparentes e com menor custo. Atualmente, o projeto encontra-se na fase de testes, onde diversos consórcios e empresas estão desenvolvendo e aprimorando soluções para a implementação da moeda digital.
Um dos principais diferenciais do Drex é a possibilidade de utilizar smart contracts para automatizar e simplificar transações financeiras. Os contratos inteligentes são programas que executam automaticamente as cláusulas de um contrato quando condições predeterminadas são atendidas, eliminando a necessidade de intermediários e reduzindo custos e riscos.
Projetos Selecionados para a Segunda Fase
Nesta segunda fase, o BC se concentra na utilização de smart contracts para implementar e testar diversos serviços financeiros. Os temas selecionados abrangem uma variedade de operações, como cessão de recebíveis, crédito colateralizado em CDBs, financiamento de operações de comércio internacional, otimização do mercado de câmbio e transações com ativos diversos. Os 13 temas e seus respectivos participantes são:
* Cessão de recebível: ABC e Inter
* Crédito colateralizado em CDB: BB, Bradesco e Itaú
* Crédito colateralizado em títulos públicos: ABBC, ABC e MB
* Financiamento de operações de comércio internacional (Trade Finance): Inter
* Otimização do mercado de câmbio: XP-Visa e Nubank
* Piscina de liquidez para negociação de títulos públicos: ABC, Inter e MB
* Transações com Cédulas de Crédito Bancário: ABBC
* Transações com ativos do agronegócio (CVM): TecBan, MB e XP-Visa
* Transações com ativos em redes públicas: MB
* Transações com automóveis: B3, BV e Santander
* Transações com créditos de descarbonização – CBIO: Santander
* Transações com debêntures (CVM): B3, BTG e Santander
* Transações com imóveis: BB, Caixa e SFCoop
Participantes Envolvidos
O Piloto Drex atualmente conta com a participação de 16 consórcios e empresas, incluindo instituições renomadas como Banco do Brasil, Bradesco, Nubank, Santander, Itaú Unibanco, e entidades que atuam em parceria com grandes empresas de tecnologia, como Microsoft, Google, Mastercard e Visa. Estes participantes estão diretamente engajados nos testes e no desenvolvimento dos recursos necessários à operação da plataforma Drex.
Próximos Passos do DREX
O Banco Central abrirá um novo período para candidaturas de entidades interessadas em participar do Piloto Drex ao longo do terceiro trimestre de 2024. Os selecionados para esta etapa deverão testar a implementação de smart contracts até o fim do primeiro semestre de 2025.
Com o início da segunda fase de testes, o Drex está mais próximo de se tornar uma realidade no mercado financeiro brasileiro. Esta etapa permitirá a avaliação da interação das soluções de privacidade e a governança dos novos serviços, possibilitando a construção de uma infraestrutura financeira mais robusta e inovadora.
Fonte: com informações do Banco Central do Brasil
Veja também
>>> Open Finance: BC lança regras para Pix por aproximação e define nova estrutura de governança
>>> Bancassurance: o desafio aos corretores de seguros e a esperança no Open Insurance
>>> FEBRABAN TECH 2024 vai debater habilidades de diálogo com a Inteligência Artificial