ANS amplia atendimento para pacientes com Transtorno do Espectro Autista

Os beneficiários de planos de saúde portadores do Transtorno do Espectro Autista (TEA) de todo o País passam a ter direito a número ilimitado de sessões com psicólogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos para o tratamento de autismo. A medida foi aprovada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), no dia 8 de julho, e se soma à cobertura ilimitada que já era assegurada para as sessões com fisioterapeutas.

A nova Resolução Normativa nº 469 altera o Anexo II (Diretrizes de Utilização) da Resolução Normativa nº 465, que dispõe sobre as coberturas obrigatórias para beneficiários de planos de saúde (Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde).

A suspensão do limite de sessões de terapias para tratamento de autismo já havia sido determinada pela Justiça em resposta a ações civis públicas nos Estados de Goiás, Acre, Alagoas e, mais recentemente, de São Paulo.

Considerando a importância de promover a igualdade de direitos aos beneficiários residentes em todo o Brasil, a ANS está atendendo à determinação relativa a São Paulo e, ao mesmo tempo, ampliando o alcance aos demais Estados.

Para a advogada especialista em saúde, Diana Serpe, essa liberação trará sensível melhora nos tratamentos. Ela considera que fixar limite de sessões quando o tratamento é exclusivamente por meios terapêuticos é o mesmo que impor ao beneficiário o insucesso. “A quantidade de sessões para o tratamento das pessoas autistas extrapola em muito a que era disponibilizada. Na grande maioria dos casos é necessário, por exemplo, 40 horas de psicologia ABA por semana”, disse ela (ABA do inglês Applied Behavior Analysis, também conhecida Análise do Comportamento Aplicada).

Perguntada se a liberação para pacientes com TEA poderia motivar a demanda judicial para outras síndromes e doenças psicológicas, a advogada foi enfática na defesa do tratamento homogêneo para todas as doenças, transtornos e deficiências indicados pelos médicos, sem limite de sessões. “Nenhuma situação deve ser minimizada ou tratada com mais importância em relação a outra. Não pode haver distinção. Nenhuma doença ou transtorno é mais importante do que o outra. Todos têm direito ao tratamento digno e indicado.”

Outra significativa mudança foi no processo de atualização periódica do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, por meio do qual são incluídas novas técnicas, tecnologias, tratamentos e medicamento nos planos. A atualização do Rol, que antes era apreciada a cada dois anos, passa a ser a cada seis meses.

Para Diana, essa mudança pode melhorar mais rapidamente o atendimento das clínicas, que ainda deixam a desejar. Entre os problemas apontados por ela, destaca-se que boa parte dos planos disponibilizam tratamentos convencionais sem a devida qualificação e sem profissionais capacitados; tratamentos terapêuticos são feitos em grupo quando a indicação é para serem individuais, além da localização dos serviços, que, muitas vezes, é distante para os pacientes e suas famílias. “O tratamento para autistas deve ser capacitado, ilimitado e com localização viável para o deslocamento diário desses pacientes”, completa.

Fonte: com informações da ANS

Notícias relacionadas:

Rol de Procedimentos da ANS terá novo processo de revisão

Professora da Conhecer Seguros compõe ranking internacional de advogados no setor de saúde

Mercado de seguros tem nova versão de tabelas utilizadas para cálculos atuariais

SOBRE NÓS

A empresa Conhecer Seguros foi criada por profissionais experientes nas áreas de educação, seguros e finanças que, ao contarem com carreiras consolidadas, resolveram se unir para compartilhar conhecimento técnico com o mercado de seguros brasileiro.

top

Tel.: (11) 5199-0555 / WhatsApp: (11) 99482-5903 contato@conhecerseguros.com.br