A falta de educação financeira pode prejudicar, a longo prazo, também as crianças brasileiras. A 3ª edição da Serasa Comportamento trouxe a pesquisa “Finanças para os Filhos: Dinheiro é Coisa de Adulto?”, realizada pela Serasa e o instituto de pesquisa Opinion Box, mostrou que 72% dos pais no Brasil não fazem nenhum tipo de poupança ou investimentos para os filhos atualmente.
A amostra, que contou com mais de 800 entrevistados pelo País, destacou o relacionamento dos pais com os filhos em relação ao tema dinheiro. Nela foi apontado que 56% dos atuais pais nunca falaram do assunto com seus genitores na infância. Porém, 8 em cada 10 dizem conversar com os próprios filhos sobre finanças.
“Ninguém precisa ser administrador ou economista. Se você começa no dia a dia falando sobre o custo do lanche e do transporte, já começa a formar a consciência sobre finanças nos filhos”, afirmou Felipe Schepers, diretor de operações da Opinion Box.
Já Thiago Godoy, educador financeiro e criador do Papai Financeiro, alerta para a maneira correta de se falar de dinheiro com as crianças para uma relação saudável delas com a educação financeira.
“Falar do assunto nem sempre é falar da forma correta. Se é falado apenas de forma negativa, é tão pior quanto não abordar o assunto. O tema dinheiro precisa ser abordado com leveza dentro de casa. A criança precisa e consegue entender a origem e o porquê de o dinheiro existir.”
Ele destaca que a primeira educação financeira dos filhos é imitar os atos dos pais. Então, tem que se ter esse cuidado para começar a educação financeira também se organizando financeiramente.
A cultura da mesada
A pesquisa também revelou que apenas 39% dos pais dão mesada para os filhos. Dentre estes, o costume é maior em relação às crianças de 6 a 11 anos (54%), seguido pela faixa etária de 15 a 18 anos (45%). A maioria dos genitores adota a tradicional frequência mensal (62%) de pagamento.
Já em relação ao valor, o ticket médio da mesada no Brasil é de até R$ 100, valor concedido por 74% dos pais entrevistados. Essa quantia é destinada, principalmente, para comprar lanche na escola (33%) e para ensinar os filhos a poupar para o futuro (32%).
“O mais importante na mesada é a criança ter a experiência de errar, por isso o valor não pode ser grande. É importante que ela erre enquanto criança para não errar quando for adulta”, afirma Godoy.
O educador financeiro ainda ressalta que a mesada não ensina sozinha o que os filhos devem saber sobre educação financeira. “A mesada é uma ferramenta, um instrumento, que dá à criança a possibilidade de colocar na prática a teoria que deve ser ensinada. Ela não pode ser o único meio”.
O sonho da poupança para os filhos
No Brasil, 72% dos pais não fazem nenhum tipo de poupança ou investimentos para os filhos atualmente. Porém 49% dizem que pretendem fazer no futuro. “A questão da renda sempre vai ser um limitador. Porém, é importante que a família mostre a realidade para a criança. Ela precisa entender o que são as prioridades, e o que ela vai ter que deixar de fazer para cumprir essas prioridades”, alerta Godoy. E, mesmo entre os pais que fazem algum tipo de investimento ou poupança, metade não tem uma conta específica para essa finalidade. O que é o mais indicado.
A pesquisa ainda mostra que 7 em cada 10 pais não conhecem soluções financeiras para crianças, como contas digitais e cartões para menores de idade. Já entre quem utiliza algum produto desta categoria, o estudo mostra que é algo recente, onde 60% dos filhos os utilizam há menos de 1 ano. Ao analisar os impactos que os produtos tiveram na relação dos filhos com o dinheiro, os destaques são aprender a fazer a gestão do dinheiro e facilitar a forma de combinar coisas em casa.
Fonte: B3
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