Com a recente divulgação pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) dos resultados econômico-financeiros das operadoras de planos médico-hospitalares referentes ao segundo trimestre de 2023, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) expressa sua preocupação diante do cenário desafiador que as operadoras vêm enfrentando.
Com mais um resultado operacional negativo, de R$ – 2,7 bilhões, o ano de 2023 registrou, até o momento, um prejuízo operacional de R$ – 4,3 bilhões, se somado ao resultado do primeiro trimestre, de R$ -1,7 bilhão. Esta situação é agravada pelo fato de que o setor acumula, desde 2021, oito trimestres de déficit operacional, resultando em um prejuízo acumulado ao longo desse período que supera a marca de R$ -18,7 bilhões (contados a partir do 1º resultado operacional negativo – 2º tri/21).
“A saúde suplementar está vivendo o seu momento mais crítico desde a sua regulação, em 1998. Os planos de saúde são a porta de entrada para 50,8 milhões de brasileiros acessarem hospitais, laboratórios e médicos da rede privada, aliviando assim a sobrecarga do SUS. Esse cenário contínuo de prejuízo operacional coloca em risco o equilíbrio do sistema”, afirma Vera Valente, diretora-executiva da FenaSaúde.
Neste trimestre, o índice de sinistralidade, que reflete o quanto das receitas das operadoras são destinadas para o pagamento de despesas assistenciais, chegou a 88,7%. Outros elementos que impactam os resultados operacionais são: o fim da limitação de consultas e sessões de terapias ambulatoriais com fonoaudiólogos, psicólogos, entre outros; o aumento do preço de insumos médicos; a obrigatoriedade de oferta de tratamentos cada vez mais caros; o crescimento da frequência de uso dos planos de saúde; a ocorrência de fraudes; e a judicialização.
A FenaSaúde reforça a importância de uma reflexão conjunta da sociedade, com especial atenção das esferas governamentais – Executivo, Legislativo e Judiciário – sobre a urgência da situação. Decisões equivocadas tomadas recentemente nessas instâncias têm desempenhado um papel significativo no agravamento da atual crise. É fundamental reiterar que a ausência de um sistema de saúde suplementar eficiente impactaria negativamente mais de 50 milhões de cidadãos, milhares de instituições hospitalares e até mesmo o SUS.
Fonte: FenaSaúde
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