Com o crescimento de fraudes no mercado de seguros, tanto por parte do segurado, quanto por parte das corretoras e seguradoras, o setor se coloca constantemente em alerta. Informações dos órgãos reguladores e de fiscalização, mostram que golpistas se passam por corretores e profissionais do ramo para oferecer produtos que não existem, emitindo boletos e apólices falsas, cobrando taxas indevidas, roubando dados do segurado e até pedindo dados pessoais para além do necessário. Já os segurados também aplicam fraudes, simulando sinistros para acionar o seguro, por exemplo.
Segundo relatório da “Quantificação da Fraude no Mercado de Seguros Brasileiro”, divulgado pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg), as fraudes que puderam ser comprovadas em 2022 somaram, aproximadamente, R$ 824,9 milhões, o que representa 16,1% do valor dos Sinistros Suspeitos.
A preocupação também foi comentada recentemente pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). Em conteúdo divulgado à imprensa sobre a síntese mensal, Alessandro Octaviani, superintendente da Susep, que é o órgão responsável por regular e fiscalizar esse mercado no Brasil, alertou que os dados do mercado seguiram em crescimento, mas que muitas vezes esse cenário positivo e de confiança no setor pode ser visto como oportunidade para golpes por parte de pessoas mal-intencionadas. “Por isso, antes da contratação de qualquer produto de seguro, a Susep orienta que seja realizada uma pesquisa sobre a empresa para certificar que ela é autorizada pela autarquia”, ressaltou ele.
O mesmo defende Dirceu Tiegs, presidente da Lojacorr. Segundo ele, a prática de golpe de corretoras e seguradoras, apesar de comum e em crescimento, pode ser evitada, principalmente para ter a certeza que o corretor é confiável, tem credibilidade e autenticidade. Para Tiegs, o primeiro passo para que o segurado não caia neste tipo de crime é sempre pesquisar com cautela. “Para evitar qualquer ação golpista, a orientação é acessar o site da Susep e pesquisar a reputação do corretor que está intermediando o seguro e o histórico da seguradora. Se a empresa e/ou o corretor pesquisado não estiver cadastrado na Susep, não estão autorizados a operar no mercado”, alerta ele.
Tiegs fala ainda, principalmente da necessidade fundamental de contar com um corretor de seguros licenciado e de confiança. “Somente esse profissional capacitado e licenciado, está autorizado para dar todo o suporte que o cliente precisa, personalizando suas necessidades, mas também cotando e oferecendo produtos de seguradoras verídicas que não façam parte de irregularidades e falsificação”, diz.
Outra orientação dada por ele é escolher corretores que fazem parte de uma rede, como é o caso da Lojacorr, o que facilita também garantir essa segurança. “Para os corretores fazerem parte da rede, nós, da Lojacorr, já fizemos toda a checagem perante a Susep, verificamos a procedência da corretora e das informações repassadas por ela e também garantimos que todas as seguradoras parceiras da rede sejam reais, licenciadas e cumpram o atendimento com fidelidade ao cliente e corretor”, explica.
E como as corretoras de seguros licenciados podem ajudar no controle da fraude?
Segundo o presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros de São Paulo (Sincor-SP), Boris Ber, a identificação ou orientação sobre as “empresas fantasmas” do setor de seguros também envolve um papel importante do próprio corretor. “O Sincor-SP sempre alerta os corretores a orientarem o segurado nesses casos. Ele tem que alertar os seus clientes quando tiver uma cotação que é fora da realidade, alertar que aquilo não é seguro, que não tem regulamentação da Susep”, defende.
Além disso, para facilitar mais ainda que os segurados não caiam em fraudes, as corretoras que são licenciadas podem criar seu próprio procedimento para fidelizar o cliente mostrando sua autenticidade. A Sulvepar Corretora de Seguros, parceira Lojacorr, é uma empresa que adota um passo a passo que dá ao cliente mais segurança. “Após a transmissão da proposta, encaminhamos para cliente uma cópia para ele conferir se as informações passadas estão corretas. Depois informamos ao cliente que o próximo passo é a vistoria, sendo ela presencial por um representante da companhia de seguros ou via Self ou até uma ligação via telefone nos casos de seguro vida, e orientamos o cliente baixar em seu celular o aplicativo da seguradora contratada para que ele tenha todas as informações do seu seguro e que, caso ele não receba via e-mail em um prazo de 15 dias, para entrar em contato conosco e encaminhamos a apólice”, explica.
A corretora também promove suporte para que o seu cliente não caia em golpes. “Orientamos os nossos segurados que, caso receba qualquer tipo de ligação, SMS ou e-mail suspeitos referente ao seu seguro para entrar em contato com a corretora ou os telefones informados na apólice para verificar a veracidade e sempre que precisar realizar qualquer atualização em sua apólice, para entrar em contato”.
E quando a fraude é realizada pelo segurado?
A fraude por parte dos segurados também é constantemente um incômodo para o setor. Dados da CNSeg, mostram que as fraudes mais comuns são as de oportunidade, aquelas em que o segurado ou beneficiário, diante de uma situação, recebe um valor a que não teria direito ou um valor superior ao devido. Entre os exemplos dados pela entidade estão: fracionar as despesas de saúde para recebimento indevido de reembolso; entregar o veículo segurado para um criminoso com objetivo de dar fim ao bem e de receber a indenização do seguro ou até reclamar indenização de bens não existentes em sua residência ou empresa, entre tantas outras.
Para criar uma rede de proteção, o mercado uniu esforços entre seguradoras, corretores, empresas parceiras e sindicatos. Segundo Boris Ber, a instituição pode fazer e faz muito para ajudar a fraude. “Estamos estudando até uma campanha específica mostrando a responsabilidade do corretor. Se o corretor percebe que um aviso de sinistro está mal montado, que a história está confusa, ele deve alertar primeiramente o próprio segurado. Muitas vezes ele não tem uma consciência exata de que aquilo é um crime, uma fraude”, explica.
Ainda segundo Ber, a situação é mais notada pelo sindicato no ramo de saúde, mas que o corretor pode notar em diversas outras situações e tudo o que puder fazer previamente, ele deve fazer. O presidente explica também orientações para que o segurado não realize a fraude, principalmente no preenchimento do questionário de avaliação de risco no automóvel. “Não minta, não coloque alguém que não é o principal condutor, como o principal condutor para se beneficiar da idade e, portanto, da taxa. Não faça acordo com nenhum terceiro para inverter a culpa e aliviar a franquia. Não liste uma peça que já estava danificada e que você alega que foi durante o acidente. E também procure sempre oficinas credenciadas da companhia ou oficinas de extrema confiança do segurado”, orienta.
Casos de fraude por parte do segurado também são vivenciados e relatados pela Sulvepar que relata que, infelizmente hoje está se tornando mais comum, mas é necessário o corretor manter-se em alerta. “O corretor de seguros hoje precisa conhecer bem seu cliente, procurar obter o maior número de informações necessárias para atender suas necessidades na hora da contratação seguro sendo ele automóvel, residencial, empresarial (realizando uma visita in loco para conhecer melhor a empresa e sua atividade) ou vida e deixar claro sobre as coberturas e de seu uso adequado dos produtos contratados”, defende.
Fonte: Lojacorr
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