Reportagem da 20ª edição da Revista Seguro Nova Digital, com entrevista exclusiva com o diretor da Conhecer Seguros, Sidney Dias
Eu nunca conversei com um corretor de seguros”, relata o microempreendedor Wesley Felipe dos Santos, 24 anos, morador do Jardim Ângela, bairro da Zona Sul de São Paulo. O dono de uma das barbearias mais famosas da região desconhece, por exemplo, o Seguro de Responsabilidade Civil, essencial para o seu negócio. Em se tratando de proteção financeira e em investimentos, o barbeiro diz que pensa no futuro, mas reconhece que nunca se engajou no tema. “O que falta para eu seguir investindo é conhecimento e disciplina.”
A realidade de Wesley é comum para quem mora em regiões afastadas dos grandes centros. Com o intuito de entender essa baixa distribuição, a Conhecer Seguros desenvolve estudos utilizando uma base com dados dos corretores de seguros, obtidos em consulta recente feita à Susep.
A instituição constatou que em, aproximadamente, 60% dos municípios brasileiros não há a presença de um corretor. “Em São Paulo, o Estado que concentra algo em torno de 40% de todos os corretores do País, existem muitos municípios sem a atuação desses profissionais. Embora concentrados nas cidades de maior porte, há a percepção de que eles pouco atuam nos bairros mais remotos”, destaca o diretor da Conhecer Seguros, Sidney Dias.
Segundo o especialista, a formação de novos corretores é importante, mas não basta só isso para aumentar a presença deles em outras regiões. “Isso demanda, principalmente, criatividade e inovação, como o uso de tecnologias que estendam seu campo de atuação”, explica.
O levantamento também mostra que as regiões Norte e Nordeste do Brasil possuem percentuais muito próximos de população sem suporte de corretor de seguros. Em números absolutos, a região Nordeste é a que apresenta maior quantidade de pessoas desassistidas, algo em torno de 21 milhões.
O diretor da instituição enxerga o corretor com muitas responsabilidades na vida financeira dos brasileiros. “Isso ocorre porque há necessidade de se investir mais na educação financeira da população, o que inclui seguros e previdência. Nesse contexto, o consultor assume os papéis de educador e de conselheiro em proteção, por meio do seguro, contra perdas financeiras”.
No primeiro semestre de 2021, a Susep encaminhou proposta ao CNSP, que resultou na publicação da Resolução CNSP nº 409/2021. Segundo a autarquia, a iniciativa representou uma significativa simplificação do arcabouço regulatório aplicado aos microsseguros, que são os seguros desenvolvidos e estruturados para a população de baixa renda, os microempreendedores individuais, as microempresas.
A Susep entende que a proposta fornece adequada proteção aos usuários desse mercado e permite um ambiente competitivo, dinâmico e inovador que traga produtos mais simples, diversificados e acessíveis para o público-alvo. “Cabe pontuar que a revisão regulatória do segmento de microsseguros se deu logo após a implementação do projeto de Sandbox Regulatório, bem como após as mudanças referentes à implementação de segmentação e proporcionalidade da regulação prudencial no setor de seguros. Ambas as iniciativas têm como objetivo aumentar a concorrência no setor e fomentar a inovação e a inclusão securitária”, lembra a autarquia.
Na interpretação da autarquia, o corretor é uma grande peça de engrenagem do mercado securitário e na ampliação de produtos ofertados aos consumidores. “A capilaridade dos atuais 110 mil corretores de seguros pessoas naturais e jurídicas, presentes em todo o território nacional, aliada ao relacionamento pessoal estabelecido junto aos seus clientes, facilita o acesso dos consumidores a produtos cada vez mais adequados às suas necessidades”, salienta.
Fonte: Revista Seguro Nova Digital, 20ª edição, pg. 16 e 17
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