
Nos sete primeiros meses de 2025, o mercado de seguros reforçou seu papel como importante mecanismo de proteção financeira e estabilidade econômica no País. Segundo dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), R$ 154,5 bilhões foram pagos em indenizações, resgates, benefícios e sorteios, um avanço de quase 10% na comparação anual.
Somente em julho, quase R$ 23 bilhões retornaram diretamente a consumidores e empresas, alta de 5,6% frente ao mesmo mês de 2024. Na base ajustada (sem Saúde Suplementar), o crescimento chega a 9,3%. Em tempos de desafios econômicos, é o seguro exercendo, sem alarde, o seu papel: quando o imprevisto bate à porta, é o setor que amortece o impacto.
Do lado das receitas, o mercado arrecadou R$ 250 bilhões até julho, leve queda de 1,0% sobre 2024. O resultado é diretamente influenciado pelo desempenho dos planos de Previdência Aberta, que representam cerca de 40% da demanda (sem Saúde).
Apesar da estabilidade em julho (+0,3%, R$ 18 bilhões), o acumulado permanece negativo: R$ 99,1 bilhões, recuo de 11,7%. Os resgates e benefícios cresceram 16,5%, somando R$ 88 bilhões, reduzindo a captação líquida do segmento em mais de R$ 25 bilhões (-69,8%).
O movimento reflete tanto o cenário macroeconômico desafiador quanto a incerteza sobre a proposta de IOF de 5% sobre aportes acima de R$ 300 mil, que ainda causa apreensão entre investidores.
Apesar da pressão em Previdência, a maior parte do setor mantém ritmo firme de expansão. Os seguros de Danos e Responsabilidades arrecadaram R$ 82,3 bilhões em prêmios, crescimento de 7,4%. Os seguros de Pessoas, que incluem modalidades como Vida, Viagem e Prestamista, totalizaram R$ 44,5 bilhões, alta de 7,8%. Já os títulos de Capitalização alcançaram R$ 19,8 bilhões em faturamento, avanço de 10,7% em relação ao ano anterior.