O mercado de locações no Brasil vem passando por uma transformação significativa, impulsionada pela busca por soluções mais ágeis e menos burocráticas. No primeiro semestre de 2025, as modalidades de seguro fiança e títulos de capitalização superaram, pela primeira vez, o uso do fiador tradicional como principal forma de garantia em contratos de locação, segundo levantamento da APSA.
O volume financeiro das locações com Seguro Fiança cresceu 27,1%, atingindo R$ 285,5 mil, enquanto os títulos de capitalização avançaram 23,2%, totalizando R$ 399,1 mil. Somados, esses dois mecanismos movimentaram R$ 684,7 mil, valor 11% superior ao das locações garantidas por fiadores (R$ 619,8 mil).
Para o diretor executivo da APSA, Edgar Poschetzky, os dados refletem um novo comportamento do consumidor. “Há uma mudança de perfil entre os inquilinos, que buscam cada vez mais praticidade e agilidade no processo de locação. As garantias modernas, como o seguro fiança e os títulos de capitalização, evidenciam a evolução do mercado em direção a soluções mais flexíveis e adaptadas às novas demandas dos consumidores”, afirma.
De acordo com o IBGE, o número de imóveis alugados no país também segue em alta. Em 2024, o Brasil registrava 77,3 milhões de residências, sendo 23% delas alugadas — o equivalente a 7,8 milhões de domicílios. O aumento de 25% em relação a 2016 mostra que morar de aluguel deixou de ser exceção e passou a fazer parte da realidade de uma parcela crescente da população, especialmente entre os mais jovens e nas regiões metropolitanas.
Essa tendência impulsiona a adoção de garantias modernas e digitais. O diretor executivo da Federação Nacional de Capitalização (FenaCap), Natanael Castro, destaca que os títulos de capitalização vêm se consolidando como uma alternativa relevante no mercado de locações. No primeiro semestre de 2025, a modalidade de Instrumento de Garantia movimentou R$ 1,9 bilhão em receitas, segundo dados da Susep analisados pela federação.
“A capitalização tem se mostrado uma solução moderna e eficiente, reunindo praticidade para o inquilino e segurança ao proprietário. Se a garantia não for utilizada, o valor corrigido pode ser resgatado ao fim do contrato, com o atrativo dos sorteios”, explica Castro.
O seguro fiança também vem ganhando força. Dados da Susep mostram que o produto ultrapassou a marca de R$ 953 milhões em prêmios emitidos no primeiro semestre de 2025, com aumento de quase R$ 125 milhões em relação ao mesmo período do ano anterior.
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