
O setor de saúde suplementar encerrou o primeiro semestre de 2025 com o melhor resultado econômico-financeiro de sua história. De acordo com o Relatório divulgado nesta terça-feira (2) pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), as operadoras de planos de saúde e as administradoras de benefícios registraram lucro líquido de R$ 12,9 bilhões no período, um crescimento de 131,9% em comparação ao mesmo intervalo do ano passado.
O desempenho equivale a 6,8% da receita total de aproximadamente R$ 190 bilhões. Em outras palavras, a cada R$ 100 arrecadados, cerca de R$ 6,80 permaneceram como resultado positivo. Trata-se do maior lucro nominal desde o início da série histórica em 2018, superando até mesmo o pico observado durante a pandemia de Covid-19. Segundo a ANS, 77,5% das entidades reguladas (607 no total) fecharam o semestre no azul, avanço de 8,3 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
Médico-hospitalares puxam o resultado
As operadoras médico-hospitalares, que concentram a maior fatia do setor, responderam por R$ 12,4 bilhões do lucro líquido. O desempenho foi impulsionado por dois fatores: o avanço expressivo do resultado operacional e a contribuição robusta das receitas financeiras.
O resultado operacional somou R$ 6,3 bilhões, alta de 157% frente ao mesmo período de 2024, e o maior desde 2021. O movimento foi mais intenso entre empresas de grande porte. Apenas as autogestões destoaram do cenário positivo, registrando prejuízo operacional de R$ 1,2 bilhão.
Já o resultado financeiro, sustentado pelas aplicações que totalizavam R$ 130 bilhões até junho, alcançou R$ 6,8 bilhões – avanço de 55,4% e o maior da série histórica. “Os números do primeiro semestre de 2025 mostram um resultado histórico para a saúde suplementar: aumento do resultado operacional, redução da sinistralidade e manutenção de receitas financeiras robustas. Esse conjunto de fatores contribui para a sustentabilidade econômico-financeira do setor, o que é fundamental para garantir a continuidade da assistência a mais de 50 milhões de beneficiários”, avaliou o diretor de Normas e Habilitação das Operadoras da ANS, Jorge Aquino.
Por porte de operadora
As operadoras médico-hospitalares de todos os portes apresentaram melhora no desempenho. As de grande porte lideraram em volume, com lucro agregado de R$ 9,7 bilhões, crescimento de 114% na comparação anual. Já as de médio porte se destacaram em percentual, com avanço de 622%, somando R$ 2 bilhões.
Menor sinistralidade desde 2018
Outro destaque foi a queda da sinistralidade para 81,1%, índice 2,7 pontos percentuais abaixo do registrado no primeiro semestre de 2024. Esse é o menor percentual para um primeiro semestre desde 2018, com exceção de 2020, quando a pandemia reduziu drasticamente a utilização de serviços de saúde.
A queda reflete, principalmente, o reajuste das mensalidades acima da variação das despesas assistenciais, movimento observado desde 2023 e que se manteve em 2025. O Painel Econômico-Financeiro da Saúde Suplementar, disponível no site da ANS, traz ainda a análise individual de cada operadora, além do detalhamento dos indicadores por porte e modalidade.
Veja também
>>> Planos de saúde devem cobrir internação domiciliar pós-hospitalar, aprova CAS
>>> Pesquisa revela que fraudes em planos de saúde preocupam quase metade da população
>>> ANS concede portabilidade especial para clientes da Porto Alegre Clínicas Ltda