A Swiss Re divulgou uma análise preocupante sobre os efeitos crescentes das deepfakes e da desinformação digital no mercado de seguros. Segundo o relatório Sonar 2025, essas tecnologias não representam apenas uma ameaça aos segurados, mas também colocam as próprias seguradoras sob forte pressão operacional e financeira.
O uso de inteligência artificial para criar vídeos, imagens e áudios falsos tem facilitado fraudes cada vez mais sofisticadas. Um dos exemplos citados é o aumento expressivo, especialmente no Reino Unido, de fraudes de baixo valor baseadas em evidências manipuladas, como imagens adulteradas e vídeos forjados usados em sinistros de seguro.
Além disso, a Swiss Re destaca que narrativas falsas nas redes sociais podem afetar seriamente a reputação das seguradoras, prejudicando a confiança do público e até influenciando decisões judiciais. As empresas do setor enfrentam ainda crescentes demandas por investimentos em tecnologias de verificação e compliance, sob risco de maior litigiosidade e exigências regulatórias mais rígidas.
A ameaça se estende também à infraestrutura digital. Há registros de hackers usando deepfakes para simular entrevistas de emprego, com o objetivo de obter acesso a sistemas críticos de empresas seguradas. Isso torna os ativos digitais e a cadeia de tecnologia da informação ainda mais vulneráveis.
Entre os setores mais expostos a essas ameaças, estão bancos, fintechs e empresas de investimento — devido ao alto volume de transações digitais —, além das indústrias de mídia, telecomunicações, tecnologia e farmacêutica, que podem sofrer perdas significativas com a disseminação de conteúdos manipulados.
O relatório da Swiss Re reforça a gravidade da situação ao citar dados do Wall Street Journal, que apontam um aumento de 700% nos incidentes envolvendo deepfakes em fintechs ao longo de 2023. Já uma pesquisa global da Regula Forensic, com mais de mil executivos, revelou que 92% das empresas já sofreram prejuízos com deepfakes — e, em 10% dos casos, as perdas superaram US$ 1 milhão.
Diante desse cenário, a Swiss Re defende a adoção urgente de soluções específicas de seguro cibernético e de tecnologias de detecção mais robustas para mitigar os riscos crescentes da era da desinformação digital.
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